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Explorador acredita que descobriu o tesouro pirata do Robin dos Mares

Whydah Pirate Museum / Facebook

Moedas e pó de ouro encontrados no Whydah Gally, navio capturado pelo pirata Samuel “Black Sam” Bellamy

O explorador Barry Clifford encontrou, há mais de 30 anos, o único navio pirata autenticado do mundo, e espera agora desenterrar o valioso tesouro que continha e que pertencia ao “Robin Hood dos mares”, o pirata Samuel “Black Sam” Bellamy.

Foi em 1984 que Barry Clifford descobriu o navio Whydah Gally, nas águas de Cape Cod, península na costa de Massachusetts, nos Estados Unidos. O achado foi classificado como o único barco pirata autenticado em todo o mundo.

Passados 32 anos, e depois de inúmeros mergulhos e muita investigação, o explorador de arqueologia subaquática diz que encontrou o tesouro desse navio, que naufragou em 1717, com a fortuna daquele que é considerado o pirata mais rico de todos os tempos.

A equipa de Clifford detectou uma grande massa metálica na zona onde foi encontrado o navio e acredita que se trata mesmo do tesouro acumulado por “Black Sam”, escreve a CBS News.

O Whydah Gally era um navio de escravos inglês que foi capturado pelos piratas, que o usaram para fazer vários saques a outros navios. Estaria assim, carregado de ouro e prata, diz-se, embora não haja confirmação de que assim fosse.

Já foram encontradas várias moedas e pó de ouro, mas Clifford acredita que foi apenas a ponta do icebergue de um tesouro muito maior.

Porém, há quem desconfie que a descoberta não passe apenas de mais uma especulação sem provas, tal como aconteceu noutros casos com o mesmo explorador.

“As muitas descobertas de Barry Clifford podem ser muito excitantes, se puderem ser verificadas com fotografias ou provas científicas. Até lá, é só conversa“, destaca o curador do Museu Nacional Smithsonian de História Americana, Paul Johnston.

Esta desconfiança explica-se por anteriores supostos achados de Clifford que acabaram por se revelar falsos, como foi o caso dos alegados destroços do navio Santa Maria, da primeira viagem de Cristóvão Colombo à América, em 1492, ou do pretenso navio do famoso pirata escocês Capitão William Kidd, na costa de Madagáscar.

Whydah Pirate Museum / Facebook

Réplica do navio pirata Whydah Gally no Museu que lhe é dedicado em Massachusetts, EUA.

Réplica do navio pirata Whydah Gally no Museu que lhe é dedicado em Massachusetts, EUA.

As duas supostas descobertas foram desmentidas pela UNESCO e  o especialista de património subaquático da organização, Ulrike Guérin, refere na CBS News que falta a Clifford “a abordagem científica necessária”.

O que é certo é que o explorador vai continuar a explorar a pista do tesouro de “Black Sam”. Para já, só foi localizado o local onde estará o tesouro pirata, sendo necessário encontrar a massa concreta e depois, levantá-la do fundo do mar e trazê-la até terra, para averiguar o seu conteúdo.

Só então será possível saber se estaremos mesmo perante o tesouro daquele que é considerado o pirata mais rico de todos os tempos, com uma fortuna de 131,4 milhões de dólares, mais de 92 milhões de euros, segundo um estudo de 2008 da Forbes (e ao câmbio daquele ano).

Até agora, a equipa de Clifford já recolheu cerca de 200 mil artefactos do Whydah Gally, incluindo várias moedas de prata espanholas, fragmentos de jóias de ouro africanas e dezenas de canhões.

É possível ver alguns destes achados no recentemente inaugurado Museu Pirata Whydah, em West Yarmouth, Massachusetts.

“Black Sam” virou pirata por amor

A captura do navio inglês poderia ter sido o grande golpe final da carreira de pirata de “Black Sam”, mas acabou por morrer nele, juntamente com a sua tripulação, num naufrágio, em 1717, provocado por uma grande tempestade.

Apenas dois dos marinheiros a bordo sobreviveram e acabaram enforcados, julgados por pirataria.

A tripulação de “Black Sam” auto-denominava-se como “Os Homens de Robin Hood”, destaca um artigo da National Geographic, no qual se salienta o espírito de rebeldia do pirata contra a opressão dos pobres.

“Black Sam” tornou-se no “pirata mais rico da história, não por causa da ganância, mas devido à raiva – raiva pelo sistema inglês que explorava os pobres rapazes do campo e os marinheiros como ele”, refere-se noutro texto da publicação New England Historical Society.

A National Geographic conta que este se tornou pirata aos 26 ou 27 anos, quando buscava fortuna para poder casar com o amor da sua vida, e que, aos 29, já tinha capturado mais de 50 navios, o que atesta a sua eficiência como “Robin Hood dos mares”.

No livro de Colin Woodard, sobre a história dos piratas, descreve-se que o lema de “Black Sam” era “combater com astúcia, magoar poucos, marcar em grande”, segundo afiança a New England Historical Society.

SV, ZAP

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