Milhares de albatrozes foram violentamente atacados por “animais vampiros” na ilha de Sand, no arquipélago do Havai, nos Estados Unidos.
De acordo com o Serviço de Pesca e Vida Selvagem dos EUA, as aves aninham na ilha há décadas. No entanto, em 2015 os voluntários da organização começaram a notar algo realmente estranho: os albatrozes tinham ferimentos nas cabeças, patas e caudas.
Para resolver o mistério, os biólogos instalaram câmaras perto dos ninhos e as gravações que obtiveram deixaram-nos ainda mais perplexos.
As imagens revelavam que eram ratos – e não predadores maiores como falcões ou corujas como os biólogos pensavam – que feriram as aves. Todas as noites, os ratos aproximavam-se dos albatrozes e bebiam o seu sangue.
De acordo com as estimativas do Serviço de Pesca e Vida Selvagem, os roedores já mataram mais de 1.000 aves e expulsaram um grande número dos ninhos.
Mas qual é a razão deste fenómeno?
De acordo com a explicação dos especialistas, os ratos coabitaram pacificamente a ilha durante 75 anos. “Nunca esperámos que isto acontecesse”, disse o biólogo Matt Brown. Em poucos anos, os ataques espalharam-se para além de “pequenos incidentes”, levando à morte de, pelo menos, mil albatrozes adultos e ferindo inúmeros outros.
Enquanto esperam pela confirmação da razão, os biólogos avançam com uma hipótese tirada de um filme de terror: os ataques foram provocados pela seca que há vários anos afetou a região.
Devido à escassez de água, os ratos foram obrigados a beber sangue. Por sua vez, os albatrozes, vítimas de uma particularidade que os torna especialmente vulneráveis aos ataques, não podem abandonar os ninhos enquanto estão a chocar os ovos.
Os ratos aproveitaram para explorar uma outra fraqueza na defesa dos albatrozes: atacaram por trás, onde o poderoso bico da ave não os consegue alcançar. Se os ratos tentassem o ataque pela frente, “não teriam a menor hipótese”, explicou o biólogo.
“Os ratos estavam à procura de uma fonte líquida, por isso acabaram por beber sangue”, explicou um dos biólogos. A mesma fonte acrescentou que os ataques se poderão ter espalhado porque foram aprendendo uns com os outros.
Atualmente, os biólogos locais estão a tentar diminuir a população de ratos na ilha.