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Emma esteve 6 minutos em silêncio, o tempo que demora a matar 17 pessoas

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Emma González, uma cubana de 18 anos, fez-se rosto da luta adolescente contra as armas nos Estados Unidos. O seu silêncio de 6 minutos foi aplaudido e chorado por centenas de milhares.

Emma González, a adolescente de 18 anos, de nacionalidade cubana, provou ao mundo que um silêncio de seis minutos é mais poderoso, incómodo e diz mais que um discurso carregado de palavras.

Há décadas que a discussão em torno da venda de armas nos Estados Unidos acontece, mas nos últimos tempos, na sequência do tiroteio em Parkland que matou 17 pessoas, tem-se intensificado.

A 14 de fevereiro, Nikolas Cruz entrou na escola de Parkland na Florida e durante seis minutos e 20 segundos disparou indiscriminadamente por quem encontrava nos corredores, ceifando a vida a 17 pessoas.

No passado sábado, 24 de março, durante a iniciativa March for Our Lives, uma marcha que contou com centenas de milhares de pessoas que se rebelaram contra o uso de armas nos EUA, Emma González, estudante e sobrevivente do ataque, assumiu o palco.

Depois de dizer o nome das vítimas, calou-se no “maior silêncio da história do protesto social dos EUA”, como caracterizou o analista David Corn, num silêncio carregado das lágrimas de Emma, que rapidamente se estenderam à plateia.

Aqueles seis minutos, iam comentando as pessoas que se juntaram ao protesto em Washington, pareciam uma eternidade. “Imaginem agora como seria se durante aquele tempo tvessem de se esconder para não serem atingidos”, desafiou Emma. Porque ela estava lá. Sobreviveu, mas ficou irremediavelmente marcada por aquele momento.

Na América, ela e outros sobreviventes não aceitam que a história continue a sua narrativa trágica. O ataque em Parkland foi o 18º a acontecer no país desde o início do ano. E então eles uniram-se contra a política de Donald Trump, o lobby da National Rifle Association (NRA) e a permissiva lei de posse de armas, escreve o P3.

Emma, uma das líderes do movimento #NeverAgain, que se insurge contra as armas, foi durante três anos presidente de uma associação de defesa dos direitos dos homossexuais dentro da escola.

Depois da tragédia em Parkland tornou-se o rosto da luta contra a NRA, uma batalha repleta de barreiras que a jovem promete não deixar cair. Porque “os adultos estão a comportar-se como crianças” e alguém tem de agir. “Lutem pelas vossas vidas antes que tenha de ser alguém a fazê-lo por vocês”.

Jim Lo Scalzo / EPA

Sobrevivente do Bataclan ataca estudantes de Parkland

O vocalista da banda de rock Eagles of Death Metal acusou os estudantes de Parkland de “traição” e de “abusarem da morte“, segundo a ANSA.

No instagram, Jesse Hughes escreveu várias críticas aos estudantes que sobreviveram ao massacre de Parkland. “Enquanto sobrevivente de um tiroteio em massa, posso dizer em primeira mão que todos vocês estão a protestar para insultar a memória dos que foram mortos e abusados. Isso insulta-me a todos os que amam a liberdade”.

As publicações tiveram como alvo específico Emma González: “Amante da traição. Aproveite o seu momento, está para acabar”, acrescentou.

Hughes aproveitou ainda para defender Donald Trump, dizendo que “será o presidente por mais sete anos”.

Os comentários do cantor foram entretanto apagados das redes sociais.

ZAP //

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6 Comments

  1. Ha sobreviventes que não o deviam ser e esse Jesse está a insultar todas as vitimas e principalmente o bom senso e a inteligência.

  2. Se fizerem um esforço por ter conhecimento do que se passou em Parkland e da forma como se estão a aproveitar da morte de estudantes para satisfazerem objectivos políticos de índole fascista/comunista, perceberão as palavras de Jesse Hughes, a quem tiro o chapéu pela honestidade e coragem.

  3. Jesse Hughes é a prova viva de que ser vítima de atentado não faz de ninguém sensato, se o bom senso não existia préviamente.

    Nem provando do próprio remédio energúmenos destes me ganham ideias. Ouvir alguém defender Trump e a proliferação das armas pessoais, só faz realmente pensar que se calhar a sua sobrevivência ao ataque do Bataclan não é assim tão por acaso. Se calhar até foi ele um facilitador do massacre. As declarações dele vão ao encontro das letras das suas músicas.

  4. O país com mais homicídios no mundo é o Brasil. Pese embora tenha somente dois terços da população dos EUA, o Brasil tem 4 vezes mais homicídios. Isto apesar de as leis de posse de arma no Brasil serem mais restritivas do que nos EUA…

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