O Reino Unido proibiu temporariamente a venda para fora do país do telefone-lagosta branco de Salvador Dalí e Edward James, para dar oportunidade de colecionadores de arte britânicos o adquirirem.
Michael Ellis, secretário de Estado da Cultura britânico, proibiu temporariamente a exportação do telefone-lagosta branco de Salvador Dalí e Edward Jones, que se encontra no Reino Unido, de modo a dar oportunidade aos colecionadores britânicos de adquirirem esta peça, impedindo a sua saída do país.
Foi o o Comité de Revisão da Exportação de Obras de Arte e Objetos de Interesse Cultural (RCEWA) britânico que recomendou esta proibição temporária da venda do telefone-lagosta.
Esta peça “é um conceito clássico surrealista, que faz lembrar as esculturas-armadilhas da fase surrealista de Giacometti”. Além disso, “antecipa em cerca de meio século as esculturas feitas de objetos manufaturados e formas naturais de artistas como Jeff Koons e Damien Hirst“, justifica Richard Calvocoressi, membro do RCEWA, à Press Association.
Esta proibição é válida até dia 21 de junho, mas há possibilidade de ser alargada até 21 de setembro.
“É importante manter grandes obras de arte neste país e espero que seja encontrado um comprador que salve o telefone em nome da nação”, disse o secretário de Estado. Para Michael Ellis o telefone deve permanecer no país, dado que foi concebido no Reino Unido.
Segundo o Observador, o Lobster Telephone (White Aphrodisiac), avaliado em cerca de 850 mil libras (cerca de 972,4 mil euros), é um dos 11 comissariados pelo poeta Edward James, patrono do artista catalão e defensor do movimento surrealista, em 1938.
A inspiração para esta peça surgiu quando Dalí e James estavam a comer lagostas num restaurante e uma das carapaças caiu em cima de um telefone – embora as razões nunca tenham sido totalmente esclarecidas.
Do total de 11 peças, sete delas foram pintadas de branco, enquanto as restantes de vermelho. A que foi colocada recentemente à venda é a última de cor branca que se conhece no Reino Unido.
