Presidente de Myanmar demite-se

Franck Robichon / POOL / EPA

O Presidente de Myanmar, antiga Birmânia, Htin Kyaw

O Presidente de Myanmar, um aliado da líder ‘de facto’, Aung San Suu Kyi, anunciou, esta quarta-feira, a sua demissão com efeitos imediatos, cerca de dois anos depois de ter sido o primeiro civil, em décadas, a assumir o cargo.

“O Presidente Htin Kyaw pediu a 21 de março de 2018 para ser demitido das suas funções”, indicou o próprio num comunicado divulgado na sua página do Facebook, sem explicitar os motivos desta decisão.

O chefe de Estado, um intelectual filho de um poeta birmanês conceituado e amigo de infância e companheiro de dissidência de Aung San Suu Kyi, tornou-se em abril de 2016 o primeiro civil a ocupar a presidência de Myanmar (antiga Birmânia), em décadas.

Kyaw passou dois anos à sombra da líder ‘de facto’, que o colocou nesta posição por não poder ocupá-la por razões constitucionais. Segundo o Expresso, o Presidente foi um dos conselheiros mais próximos da Nobel da Paz e chegou a trabalhar como seu motorista.

Não foi apresentada qualquer razão para explicar a renúncia, mas Htin Kyaw apareceu muito magro nos últimos meses e a especulação sobre a sua saúde multiplicou-se na imprensa. No comunicado, lê-se apenas que Kyaw quer “descansar”.

Um novo Presidente deverá ser nomeado na próxima semana, um desafio adicional para Aung San Suu Kyi, Nobel da Paz que foi alvo de grandes esperanças com a sua chegada ao poder em 2016, mas cujo país está hoje em turbulência.

Myanmar, de maioria budista, é acusada pelas Nações Unidas de uma limpeza étnica da minoria muçulmana rohingya no oeste do país. Cerca de 700 mil pessoas já fugiram para o Bangladesh para escapar a ataques do exército birmanês.

Segundo a mesma nota, citada pelo semanário, o gabinete presidencial informa que o atual vice-presidente, o general na reforma Myint Swe, vai assumir o cargo interinamente.

ZAP // Lusa

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