O número de casos de sarampo confirmados em Portugal subiu para 53, de um total de 145 situações suspeitas, anunciou a Direção-Geral de Saúde (DGS) esta segunda-feira.
“Até às 19 horas do dia 19 de março de 2018 foram reportados 145 casos suspeitos de sarampo, a maioria dos quais com ligação ao Hospital de Santo António, no Porto”, refere a informação divulgada pela Direção-Geral de Saúde (DGS).
Dos 145 casos reportados, 53 foram confirmados laboratorialmente pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge e 51 foram infirmados. Há ainda um conjunto de 41 casos a aguardar resultado laboratorial.
Estão internados cinco doentes, com situação clínica estável, acrescenta o comunicado.
Esta segunda-feira, o Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho (CHVNG/E) informou que deram entrada neste hospital, desde sábado, sete doentes com suspeita de sarampo, mas apontou que todos tiveram já alta clínica.
Entretanto, em comunicado, o CHVHG/E descreve que “foram admitidos no Serviço de Urgência, desde o último sábado, sete casos suspeitos de sarampo, dos quais três são referentes a estudantes do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar [ICBAS]”.
“A Direção Clínica do CHVNG/E já adoptou um conjunto de medidas preventivas, de forma a garantir a segurança quer de utentes, quer de profissionais”, lê-se no comunicado.
Ministro diz não haver motivo para preocupação
Entretanto, Adalberto Campos Fernandes considerou “pouco racional e sensato” a falta de vacinação das pessoas, assinalando que a vacina continua a ser “uma arma” contra doenças infecciosas como o sarampo.
“É preciso vacinar”, insistiu, defendendo a necessidade da “luta contra a ignorância” perante as “evidencias científicas” dos benefícios e da “elevada segurança” das vacinas.
O ministro disse “não ter indicação” de que se esteja perante uma nova estirpe do vírus do sarampo, dado haver profissionais de saúde com a doença e que foram vacinados.
Adalberto Campos Fernandes desconhece se entre os profissionais de saúde infetados há algum pediatra. O ministro crê que “se entrou na fase de reversão do surto“.
O sarampo é uma doença altamente contagiosa causada por um vírus e é das infeções virais mais contagiosas. Manifesta-se pelo aparecimento de pequenos pontos brancos na mucosa oral cerca de um ou dois dias antes de surgirem erupções cutâneas, que inicialmente surgem no rosto.
A doença tem habitualmente uma evolução benigna, mas pode desencadear complicações como otite média, pneumonia, convulsões febris e encefalites. Pode ser grave e até levar à morte.
A vacinação é a principal medida de proteção e, neste caso, até é gratuita e está incluída no Programa Nacional de Vacinação (PNV).
Segundo os dados de 2017, mais de 87% das pessoas que contraíram sarampo não estavam vacinadas.
ZAP // Lusa