A Câmara Municipal do Porto acusou esta terça-feira a Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL) de recuar nas negociações para a realização da Feira do Livro da cidade, declarando não haver condições para estas prosseguirem.
Em comunicado, a autarquia liderada por Rui Moreira referiu que o processo negocial com a APEL decorreu ao longo dos últimos dois meses, tendo culminado numa reunião no dia 07 deste mês em que “as partes chegaram a um acordo de princípio que estabelecia as linhas gerais da realização de uma Feira do Livro de 2014 no Porto”.
“As declarações do presidente da APEL tornadas públicas sobre o assunto são, por isso, no mínimo, surpreendentes, impedindo a Câmara Municipal do Porto de prosseguir com o processo, porquanto representam uma grave quebra de confiança, senão entre as partes, pelo menos entre os representantes mandatados pela APEL para as negociações e o presidente da mesma associação”, declara a autarquia.
Desta forma, a “Câmara Municipal do Porto não vê satisfeitas as condições de confiança necessárias para a assinatura de qualquer protocolo com a APEL”.
Segundo o comunicado da autarquia, “a 20 de Fevereiro passado, o secretário-geral da APEL comunicou por escrito à Câmara Municipal do Porto que iria anunciar oficialmente a data e o local da Feira do Livro no Porto, por ocasião da abertura das inscrições para a Feira do Livro de Lisboa”.
O acordo alcançado no dia 07 “definia o local, o calendário e as contrapartidas logísticas oferecidas pela Câmara Municipal do Porto, tendo ficado clara a inexistência de contrapartidas financeiras por parte do Município na edição deste ano”, acrescentou a Câmara, que se fez representar nas negociações pelo vereador da Cultura, Paulo Cunha e Silva.
Esse protocolo foi noticiado na altura pelo jornal Público e o comunicado da Câmara Municipal do Porto realça que “nos 17 dias seguintes nem a APEL nem o seu presidente, desmentiram a notícia ou os termos do acordo tornado público”.
O Correio da Manhã noticiou hoje, com o título “Feira do Porto em risco”, que “o prometido acordo entre a APEL, entidade organizadora, e a Câmara Municipal do Porto ainda não se concretizou, apesar do optimismo várias vezes reiterado por ambas as partes”.
De acordo com o mesmo texto, o presidente da APEL, João Alvim, afirmou ser “certo que a autarquia disse estar com limitações financeiras, mas manifestou-se disponível para assinar um protocolo que, naturalmente, terá compromissos financeiros”, ressalvando que sem que tal aconteça “é claro que a APEL não vai organizar a Feira do Livro no Porto”.
A APEL anunciou esta terça-feira as datas da Feira do Livro de Lisboa, sem fazer qualquer referência à Feira do Livro do Porto, cuja edição de 2013 foi cancelada por causa de um diferendo com a autarquia, então liderada por Rui Rio.
/Lusa