Comandos que morreram não foram refrescados para “não atrasar instrução”

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(dr) Exército Português

O responsável pela instrução de comandos em Alcochete, onde morreram Hugo Abreu e Dylan da Silva, recusou-se a refrescar os instruendos.

Segundo o Jornal de Notícias, a revelação terá sido feita por um dos arguidos do processo, o capitão-médico Miguel Onofre Domingos, que foi hoje ouvido no Tribunal de Lisboa.

O oficial, responsável pelo apoio sanitário da prova zero, integrada no 127 curso de comandos, disse ao tribunal, que face ao calor e “cansaço extremo” que notou nos instruendos, contactou o capitão Rui Monteiro e pediu-lhe para fazer passar os homens por uma área com água para os refrescar.

Seria uma forma de hidratar os instruendos, para contrariar o calor. No entanto, o capitão Rui Monteiro recusou, alegando que “iria atrasar a instrução. E que só o faria mais tarde”.

Hugo Abreu morreu a 4 de setembro, durante um treino do 127º curso de Comandos. No mesmo dia, quando a temperatura atingiu os 40 graus, vários outros militares receberam assistência hospitalar após sofrerem o que se disse ser “um golpe de calor”.

Outro militar, o recruta Dylan da Silva, 20 anos, acabou por morrer uma semana depois, após ter sido internado no Hospital Curry Cabral, em Lisboa, à espera de um transplante hepático.

O Curso 127 dos Comandos ficou marcado pelas mortes de dois instruendos, o segundo-furriel Hugo Abreu e o soldado Dylan da Silva. Houve ainda 7 recrutas que desistiram do curso.

ZAP //

1 Comment

  1. Tudo muito prático só se espera é que os responsáveis pelo crime sejam devidamente punidos para que não hajam mais intocáveis nas FA!.

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