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SIC suspende o terceiro episódio de “Supernanny”

(dr) Channel 4

Formato com origem no Reino Unido, “Supernanny” é exibido em vários países – agora também em Portugal, na SIC

A decisão do Tribunal, que obrigava a estação de Carnaxide a usar filtros, impede, tecnicamente, que o terceiro episódio do programa Supernanny seja exibido.

Segundo o Expresso, o terceiro episódio do programa Supernanny, que seria exibido já este domingo, não vai para o ar. A informação foi avançada ao Expresso por fonte da estação de Carnaxide que vai emitir um comunicado sobre este tema nas próximas horas.

O Tribunal de Lisboa Oeste ordenara, provisoriamente, que a SIC pudesse emitir o terceiro episódio com a condição de utilizar “filtros de imagem e de voz, quer dos menores, quer dos seus progenitores, quer de quaisquer outras pessoas que intervenham ou participem no prorgama e que, por vínculo familiar ou com os menores, permitam identificá-los”.

O Ministério Público pediu que, no final do processo, a decisão passasse de provisória a “definitiva” e que “todos os eventuais futuros programas apenas possam ser exibidos nos moldes que o tribunal determinou”.

“Não se trata de uma providência cautelar mas, como se referiu, de uma ação especial de tutela da personalidade, prevista no Código de Processo Civil, a qual se reveste de natureza urgente“, salienta o gabinete de Joana Marques Vidal.

O Ministério Público adianta que foram instaurados processos de promoção e proteção a favor das crianças participantes no programa, cuja identidade já se conhece.

No que respeita ao primeiro programa emitido, o Ministério Publico, na sequência de certidão enviada pela CPCJ de Loures, “instaurou um inquérito para investigar factos susceptíveis de integrarem o crime de desobediência“.

Produtora do SuperNanny pediu a IPSS que referenciassem famílias

O Observador avança que a produção do SuperNanny contactou várias IPSS para que referenciassem famílias para participar no programa.

Fonte de uma IPSS no distrito de Santarém revelou que a produtora enviou um email em meados de novembro a pedir ajuda na divulgação do programa, mas também o encaminhamento de famílias que integrassem o perfil do programa: “Venho ao encontro da vossa instituição para que nos possam ajudar na divulgação deste projeto e referência de famílias com filhos dos 2 até aos 14 anos que possam estar interessadas em entrar neste desafio”.

O email foi enviado numa altura em que a produtora ainda estava a desenvolver o “novo projeto direcionado para famílias”, mesmo depois de a Ordem dos Psicólogos Portugueses ter emitido um parecer negativo sobre o formato de SuperNanny — parecer esse que foi pedido pela própria produtora. O Observador sabe que outras IPSS foram igualmente contactadas no mesmo sentido.

A SIC, no entanto, já se veio desmarcar da situação, alegando “não ter qualquer conhecimento dessa prática, com a qual não se revê, cabendo à produtora prestar os esclarecimentos necessários”.

A IPSS no distrito de Santarém não terá respondido ao apelo da produção, uma vez que é política daquela instituição não revelar qualquer tipo de dados – esta IPSS em particular trabalha com mais de 200 famílias. “Íamos colocar uma família numa situação de exposição que não seria benéfica, ainda por cima tendo em conta as famílias que acompanhamos. Muitas delas apresentam poucas condições habitacionais”, diz a fonte.

ZAP //

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