Em junho, Donald Trump terá dado ordens para despedir Robert Mueler, quando este foi nomeado para apurar se houve conluio entre a equipa do Presidente e o Kremlin. Só não o fez porque o seu principal advogado ameaçou despedir-se.
O Expresso avança que o chefe da equipa legal da Casa Branca ameaçou despedir-se depois de Donald Trump ter dado ordens para o despedimento de Robert Mueller, nomeado para a apurar a alegada ingerência russa nas presidenciais norte-americanas.
Segundo as fontes citadas pelo New York Times, o antigo diretor do FBI soube desta tentativa de Trump recentemente, quando a sua equipa começou a contactar atuais e ex-funcionários da administração para perceber se o Presidente cometeu crimes de obstrução à Justiça.
Foi após as primeiras notícias que davam conta de que o conselheiro especial tinha intenção de examinar se houve obstrução à Justiça da parte do Presidente, a começar pelo despedimento de Comey dias depois de este ter recusado suspender os inquéritos deste caso e passando pelo facto de ter ajudado o seu filho mais velho, Donald Trump Jr., a mentir sobre uma reunião com uma advogada do Kremlin que queria “ajudar” Trump pai a derrotar Hillary Clinton, que Trump considerou despedir Mueller.
Na altura, o Presidente argumentou que Mueller não devia investigá-lo por causa de conflitos de interesse e alegou ainda que o chefe das investigações não podia ser imparcial porque tinha trabalhado recentemente para uma sociedade de advogados que, em tempos, representou o seu genro, Jared Kushner.
Finalmente, apresentou como justificação o facto de Mueller ter sido entrevistado para voltar a chefiar o FBI dias antes de o vice-procurador-geral dos EUA, Rod Rosenstein, o ter escolhido para liderar as investigações à ingerência russa e ao conluio.
Quando recebeu a ordem do Presidente, o principal advogado da Casa Branca, Donald F. McGahn, recusou passar o pedido para o Departamento de Justiça, ameaçando despedir-se se tivesse de o fazer. Segundo as quatro fontes, McGahn não concordou com os argumentos de Trump e disse a membros da administração que despedir Mueller teria um efeito catastrófico na presidência do empresário.