A Coreia do Norte classificou como “um sonho irrealizável” o desejo norte-americano de pôr fim ao programa nuclear norte-coreano e defendeu o seu “direito legítimo” a lançar “satélites espaciais”.
“Os nossos lançamentos de satélites são um exercício legítimo de um direito reconhecido pela Carta das Nações Unidas” e baseiam-se na “lei internacional sobre o uso pacífico do espaço”, pode ler-se num artigo publicado hoje pelo diário oficial norte-coreano Rodong Sinmun, citado pela Efe.
A comunidade internacional vê estes lançamentos como ensaios de mísseis encobertos.
No artigo, Pyongyang diz que continuará a promover o seu “desenvolvimento pacífico” de programas espaciais “em linha com a tendência internacional”, referindo outros lançamentos de foguetes equipados com satélites realizados este ano por países como a Argélia ou a Venezuela.
O Conselho de Segurança da ONU impôs na sexta-feira, por unanimidade, novas sanções à Coreia do Norte em resposta ao ensaio, no final de novembro, de um míssil balístico intercontinental que poderá atingir território dos Estados Unidos.
Os 15 Estados-membros do Conselho de Segurança aprovaram por unanimidade uma resolução proposta pelos Estados Unidos, que endurece as amplas sanções internacionais contra o regime de Kim Jong-un.
As novas sanções incluem sérias restrições ao envio de produtos petrolíferos para Pyongyang e a repatriação dos norte-coreanos que trabalham no estrangeiro, e cujos rendimentos beneficiam o Governo do país.
“Definimos esta ‘resolução de sanções’ arranjada pelos EUA e os seus seguidores como uma grave violação da soberania da nossa República, como um ato de guerra que viola a paz e a estabilidade na península coreana e na região e rejeitamos categoricamente a ‘resolução'”, disse o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Coreia do Norte no comunicado.
O Ministério disse que as sanções equivalem a “um completo bloqueio económico” da Coreia do Norte.
“Se os EUA desejam viver em segurança, devem abandonar a sua política hostil contra a República Democrática Popular da Coreia – o nome oficial da Coreia do Norte -, e aprender a coexistir com o país que tem armas nucleares e devem acordar do seu sonho irrealizável de o nosso país desistir das armas nucleares que desenvolvemos e completámos com todo o tipo de dificuldades”, lê-se no comunicado, divulgado pela agência oficial norte-coreana e citado pela AP.
Em 2017, a ONU endureceu por várias vezes as sanções contra a Coreia do Norte em resposta ao incremento dos ensaios nucleares e de mísseis concretizados pelo regime.
As sanções aprovadas na sexta-feira são uma resposta ao ensaio realizado em finais de novembro, quando foi utilizado um míssil balístico mais avançado.
Segundo Pyongyang e numerosos especialistas, o projétil tem capacidade para alcançar todo o território continental dos Estados Unidos.
// Lusa