Tendemos, muitas vezes, a relacionar a comida com os nossos sentimentos. Mas a relação entre os sentimentos e a alimentação é mais complexa do que imaginávamos.
Um estudo, liderado pela professora Lina Begdache, em Binghamton, nos Estados Unidos mostra que os jovens adultos, menores de 30 anos, que comiam fast food mais de três vezes por semana, obtiveram maiores níveis de problemas mentais.
O fast food, rico em ácidos gordos saturados, gorduras trans e ómega-6, podem provocar uma resposta inflamatória de baixo grau. Este tipo de resposta está associada à ansiedade e à depressão.
De acordo com o estudo, publicado na Nutritional Neuroscience este mês, os indivíduos que comem carne três vezes por semana, ou menos, apresentaram-se também mais propensos a problemas de saúde mental. “Ficamos surpreendidos com este resultado”, afirma Begdache ao The Guardian.
A carne e o humor estão associados a nível celular, ou seja, estes resultados são consequência de um composto da carne, o triptofano, que é precursor de serotonina e, por isso, causa a sensação de bem-estar no cérebro.
No que diz respeito aos adultos com mais de 30 anos, o estudo revela que comer menos hidratos de carbono e mais fruta reduz a ansiedade e a depressão. A fruta é rica em antioxidantes que protegem o cérebro, mas o baixo efeito dos hidratos de carbono continua a ser um mistério para os investigadores, uma vez que os hidratos de carbono promovem a serotonina.
O estudo aponta a dieta mediterrânea como a melhor aposta. “Tem todos os componentes que são importantes para a estrutura saudável do nosso cérebro”, explica Begdacha.
Além disso, o estudo concentrou-se também no efeito de suplementos o resultado surpreendeu os investigadores: no humor, não produziram qualquer efeito benéfico.
A relação entre a dieta e o humor varia de pessoa para pessoa. No entanto, a líder do estudo admite que algumas experiências mostram uma melhoria no humor ao fim de duas semanas.
ZAP // Move