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Cientistas chineses confirmam avanços no estudo da matéria escura

Colaboração KiDS/H. Hildebrandt & B. Giblin/ESO

Um satélite chinês detetou “sinais inesperados e misteriosos” na sua medição de raios cósmicos de alta energia, algo que, segundo os cientistas do país, poderá levar a novos conhecimentos sobre a matéria escura, informou a agência Xinhua.

Assim, o Explorador de Partículas de Matéria Escura da China (DAMPE) mediu mais de 3,5 biliões de partículas de raios cósmicos com a energia mais alta até 100 tera-electrão-volts (TeV) e com uma resolução de energia sem precedentes.

“O DAMPE abriu uma nova janela para observar o universo de alta energia, descobrindo novos fenómenos físicos além do nosso entendimento atual”, disse o cientista chefe do projeto, Chang Jin.

Segundo explicou, esta é a primeira vez que uma experiência espacial informa sobre o espectro detalhado e preciso de eletrões e positrões de até aproximadamente 5 TeV.

“Encontraram-se as 61 partículas elementares preditas pelo modelo padrão de física de partículas. As partículas de matéria escura estão além da lista. Portanto, se encontramos uma nova partícula elementar, será um grande avanço para a física”, acrescentou.

A medição precisa dos raios cósmicos é importante para que os cientistas procurem rastos de aniquilação ou decomposição da matéria escura, bem como para compreender fenómenos astrofísicos como pulsares, núcleos ativos de galáxias e superestrelas novas.

“Os nossos dados podem inspirar algumas ideias novas em física de partículas e astrofísica”, disse Chang.

A matéria escura, que não se pode ver ou tocar, é um dos grandes mistérios da ciência. Os cientistas calculam que a matéria normal, como galáxias, estrelas, árvores, rochas e átomos, representa apenas 5% do universo.

Ao redor de 26,8% do universo é matéria escura e 68,3% é energia escura, pelo que tudo o que se sabe hoje em dia é uma pequena fração da realidade.

A exploração da matéria escura é revolucionária para a física e a ciência espacial e qualquer descoberta nesta área poderia ser tão significativa como a teoria heliocêntrica, a lei da gravidade, a teoria da relatividade e a mecânica quântica.

O DAMPE foi enviado a uma órbita de uns 500 quilómetros sobre a terra a 17 de dezembro de 2015 e é parte do programa de satélites científicos desenvolvidos pela China, de forma paralela ao plano de exploração da lua e aos de envio de missões tripuladas, que incluem o estabelecimento de uma estação orbital permanente.

// EFE

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