245 pessoas saltaram de uma ponte ao mesmo tempo (e sobreviveram)

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Um grupo de 245 brasileiros temerários quebrou um novo recorde mundial de rope jumping, também conhecido por pêndulo humano, saltando de uma ponte em Hortolândia, no interior de São Paulo. Um salto em grupo que não causou sequer um arranhão graças à magia da física.

Estes 245 brasileiros saltaram todos juntos, de uma só vez, da borda de uma ponte e deixaram-se balançar em direcção à água, suspensos por cordas, a uma altura de 30 metros. A façanha, que teve lugar no mês de Outubro, decorreu sem incidentes graças à magia da física e, em especial, ao mecanismo dos pêndulos.

A segunda lei do movimento de Newton determina que a força é igual à aceleração da massa. As cordas de escalada, e que também se usam no rope jumping, têm este princípio em conta, detendo elasticidade suficiente para reduzir o impacto dessa força.

Mas, contrariamente ao que sucede no bungee jumping, estes 245 saltadores não dependeram “apenas da elasticidade das cordas para absorver a energia cinética”, explica ao  Live Science o especialista em rope jumping Carlos Torija Muñoz.

O principal factor para o salto ser bem sucedido foi o “balanço similar a um pêndulo” que permitiu aos saltadores manterem as várias forças em jogo “manejáveis”, conforme nota a referida publicação.

Como um pêndulo em movimento

“Quando se balança um pêndulo, a distância dos movimentos do pêndulo (ou, neste caso, do saltador de corda) diminui com cada balanço, de acordo com as leis da física”, explica o especialista. Isto acontece porque, a cada balanço, “uma pequena quantidade de energia cinética” se perde “devido à fricção e à resistência do ar”, acrescenta.

“Além disso, os pêndulos tendem a balançar no mesmo plano”, o que garante que os saltadores ficarão também na mesma posição, evitando os riscos de choques e de lesões – “desde que saltem todos na mesma direcção: para a frente“.

Os saltadores que fiquem em ângulo em relação aos outros correm o risco de enrolar as cordas com os seus parceiros de salto, precisamente porque o seu salto tenderia a ficar orientado numa outra direcção, pelo que o seu caminho cruzaria o dos outros.

Segundo o Live Science, os saltadores de Hortolândia lançaram-se a uma altura de cerca de 30 metros com cordas com metade desse comprimento.

Geralmente, a velocidade do pêndulo na parte inferior do balanço, depende apenas da aceleração devida à gravidade e ao comprimento da corda. No caso de Hortolândia, há pouca energia adicional da pessoa (ou 245 pessoas) a cair, o que é uma boa estimativa para um pêndulo sem problemas.

Até parece fácil!

É importante dizer que tudo isto parece mais simples do que na verdade é. Montar um sistema seguro de rope jumping exige conhecimentos técnicos de especialistas e medidas e equipamentos criteriosos – portanto, não pense em tentar proeza semelhante de ânimo leve.

O entusiasta de desportos extremos Dan Osman, considerado o inventor do rope jumping, morreu em 1998, quando tentava fazer um salto de 335 metros de altura no Parque Nacional Yosemite, na Serra Nevada, nos EUA.

Apesar da qualidade do equipamento usado por Osman e da técnica usada para as cordas o segurarem, o desportista saltou de uma forma que levou uma corda a mover-se contra a outra, aponta o Live Science. Assim, “a fricção queimou a corda o suficiente para a enfraquecer e estalou quando ele atingiu o fim e a tensão estava no seu máximo”.

SV, ZAP //

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