A greve geral de 24 horas da Função Pública decretada pela CGTP para esta sexta-feira deve afetar principalmente hospitais e escolas.
No que diz respeito à Saúde, a paralisação apresentava, de madrugada, “números próximos dos 100%” na região Norte, disse à Lusa o coordenador do Sindicato da Função Pública do Norte.
Com início às 20 horas de quinta-feira, o primeiro balanço surgiu perto da meia-noite, numa iniciativa junto ao Hospital Eduardo Santos Silva, em Vila Nova de Gaia, em que a CGTP difundiu os primeiros números da paralisação.
“Nestas quatro primeiras horas, na área da saúde temos paralisações muito perto dos 100% nos hospitais São João, no Porto, Eduardo Santos Silva, em Vila Nova de Gaia, bem como em Braga, Barcelos, Guimarães, Famalicão e Chaves”, descreveu Orlando Gonçalves.
Com o avançar do dia, o coordenador sindical previu que “os números da adesão não devam oscilar muito”, manifestando expectativa de que nos setores da “Saúde, Justiça e Educação a adesão à greve seja muito elevada“.
Esta manhã, há registo de várias escolas fechadas, um pouco por todo o país, com especial incidência nas regiões de Lisboa e Porto.
Quem acabou por confirmar os números das primiras horas foi a coordenadora da Frente Comum de sindicatos da Função Pública, Ana Avoila. A dirigente sindical considerou que a adesão nos hospitais, com vários a 100% nas primeiras horas, é indicativa que a participação na greve geral será elevada.
A dirigente sindical, que prestou declarações à porta do Hospital de São José, em Lisboa, referiu que o início de greve está a ser “muito bom”. “Tendo em conta os objetivos da greve e o sentimento que graça na administração pública, o descontentamento vai levar a que a participação seja muito grande”, disse.
Ana Avoila afirmou que no hospital de São José a adesão à greve é de 100%, tal como na Estefânia ou nos hospitais em Braga, Bragança, Famalicão e Guimarães. “No Porto, só há os serviços mínimos. O Garcia de Orta, em Almada, o Barreiro e os hospitais de Coimbra também estão com o mesmo nível de adesão”, afirmou.
No hospital São Francisco Xavier a adesão é de 95%, em Santa Maria de 80% e na Maternidade Alfredo da Costa de 75%, enquanto que no Amadora-Sintra a adesão é de 100%, sendo considerado pela dirigente sindical como um “sítio muito difícil” de conseguir estes níveis.
Ana Avoila disse que o Orçamento do Estado fica “muito muito aquém do necessário” no momento. “O que vem é muito pouco. Fica tudo congelado exceto uma parte das progressões nos escalões, é mais aquilo que tiram do que aquilo que dão”, concluiu.
Em causa na greve nacional está a falta de respostas às reivindicações da Frente Comum, como o aumento dos salários na função pública, o descongelamento “imediato” das progressões na carreira e as 35 horas semanais para todos os trabalhadores.
Professores aderem à greve mas com “objetivos próprios”
Segundo o Público, a Federação Nacional de Professores (Fenprof) também aderiu à greve da função pública, mas “com objetivos próprios e exigências adaptadas à sua realidade”.
Os professores pedem normas de descongelamento iguais para os professores, ao contrário do que acontece, em comparação com a restante função pública. Segundo a proposta de Orçamento de Estado para 2018, os docentes verão “apagados, pelo menos, 10 anos de vida profissional”, que não contarão assim para a sua progressão.
A Fenprof e a Federação Nacional de Educação (FNE), esta última afeta à UGT, pediram para reunir com o ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues. O ministério respondeu negativamente à primeira estrutura, a Fenprof, afeta à CGTP, e que aderiu à greve.
Se o ministério não ceder ao pedido da FNE, que, por sua vez, não aderiu à greve, a federação já anunciou que vai divulgar um calendário de ações de luta no final do mês.
Sindicato fala em fecho da “maior parte das grandes escolas” do Porto
Falando aos jornalistas junto à escola Clara de Resende, ao princípio da manhã, a dirigente sindical apontou precisamente o exemplo deste estabelecimento de ensino e o da Escola Fontes Pereira de Melo, localizada na mesma zona, ambas encerradas.
Segundo Lurdes Ribeiro, o mesmo estará a suceder “noutras grandes escolas e também em algumas EB1, que nem sempre aderem às greves, mas que desta vez deram indicações de adesão”.
“Sei que por todo o distrito do Porto vão existir escolas encerradas. Ontem à tarde já me diziam que não deveria haver aulas em escolas de Amarante, do Marco de Canaveses e em Paredes”, acrescentou.
Junto à Escola Fontes Pereira de Melo, a educadora de infância Sara Rosas disse à Lusa que a Associação de Pais já tinha sido alertada para a eventualidade de a escola não abrir, mas, ainda assim, decidiu deslocar-se até ao estabelecimento de ensino para confirmar. “Poderia haver serviços mínimos e a escola abrir”, disse, referindo compreender as razões de protesto.
Questionada sobre se iria aderir à greve, a educadora explicou que não, por trabalhar “no privado”. De outro modo, aderiria, referiu. Na mesma escola, Mário Palmeira afirmou que a greve não lhe causa qualquer transtorno por se encontrar reformado e poder ficar em casa com as suas duas filhas.
Além disso, “estarei sempre do lado dos professores, mesmo que eles cometam algumas falhas”, sublinhou.
O encerramento da Fontes Pereira de Melo já se adivinhava desde cerca das 07:30, hora a que os portões costumam abrir, o que não aconteceu hoje. “Habitualmente, às 07:40 a escola está aberta”, disse Manuel Pereira, que quando questionado sobre onde iria deixar o seu filho respondeu: “Solução Avó”.
O seu filho, Bernardo Pereira, de 11 anos, admitiu que a greve é “um descanso”, embora reconheça que é necessário aprender para “tirar boas notas e ser alguém na vida“.
ZAP // Lusa
afinal quem quer votar no PCP/PEV?
se estes aprovam o orçamento 2018 E controlam a cgtp que convoca as graves contra o orçamento
claro que ao contrario da matematica pura, isto não tem logica
Isto é demais. Função pública quer é o vinculo, depois greve, Quanto mais o governo cede mais eles avançam.
Que corja, deviam trabalhar apenas um ano no privado………………..