Medina foi o alvo a abater num debate com habitação, transportes e até Madonna

António Pedro Santos / Lusa

Fernando Medina

A habitação, a mobilidade e o turismo foram os principais temas discutidos no debate, desta quarta-feira à noite, entre os candidatos à Câmara de Lisboa.

Os principais candidatos à Câmara de Lisboa estiveram reunidos, ontem à noite, na SIC, naquele que foi o primeiro debate televisivo para as autárquicas sobre a capital. A habitação, a mobilidade e o turismo foram os temas em destaque mas, em 90 minutos, uma coisa foi certa: Fernando Medina, atual Presidente da Câmara, foi o alvo a abater.

Tal como escreve o Diário de Notícias, da esquerda à direita, todos os adversários de Medina (a social-democrata Teresa Leal Coelho, o comunista João Ferreira, a centrista Assunção Cristas e o bloquista Ricardo Robles) parecem concordar numa coisa: a cidade “vive a duas velocidades”, ou seja, para os de dentro e os de fora e para os que estão nas zonas centrais e os que vivem na chamada “Lisboa esquecida”.

O debate arrancou com o tema da habitação, que parece ser a prioridade de todos os candidatos. Medina quer avançar com um “programa inovador”, com 40 milhões de euros disponíveis, para proporcionar o acesso à habitação com rendas acessíveis, escreve o DN.

Ideia que não caiu muito bem a Ricardo Robles, que considerou ser “a pior solução para a cidade”. João Ferreira, por sua vez, apontou a necessidade de prever casas de rendas acessíveis em novas construções e prédios reabilitados, dando o exemplo de Amesterdão.

Assunção Cristas destacou que “se há partido que trabalhou na habitação para a classe média foi o CDS” mas o candidato comunista contestou a afirmação: “Não há quem mais tenha feito para pôr em causa o direito à habitação em Lisboa”, afirmou, citado pelo Observador.

No tema dos transportes e da mobilidade, o atual autarca quis defender a sua gestão e prometeu alterações na política de transportes públicos, agora que a Carris está nas mãos da autarquia. “Demora tempo a recuperar uma coisa que foi destruída em quatro anos, como os transportes públicos”, acusou, criticando o Governo PSD-CDS.

Teresa Leal Coelho teve então de devolver as acusações: “A EMEL hoje é sobretudo um banco para financiar este capricho de reverter a concessão da Carris“.

E Assunção Cristas recordou os anos da troika para justificar a sua proposta “realista” sobre 20 novas estações de metro: “Lisboa não tem uma rede de metro adequada às população que serve”, disse. “Quem acha que isto é uma questão ideológica esquece que o país estava na bancarrota colocado pelo PS”, atirou.

O turismo foi outro dos temas em destaque, com os opositores de Medina a pedir regras que protejam os lisboetas. O atual autarca considera que o turismo é bom porque é “um dos grandes responsáveis pela recuperação do emprego e da economia”: “A resposta não são menos turistas, são mais transportes”, realçou.

Assunção Cristas também defende a importância do turismo mas “obviamente que tem de haver gestão urbana”, disse. E nem Madonna faltou ao debate.

“Tenho a certeza que Madonna não veio para Lisboa para viver num T2. Madonna não veio para Lisboa para ficar uma hora dentro do carro para levar os filhos à escola. [Madonna] terá com certeza dinheiro para comprar um T2. Não sei se Fernando Medina sabe quanto custa hoje um T2″, atirou Teresa Leal Coelho.

“Temos que corrigir os problemas para as pessoas e não para a Madonna”, ironizou a social-democrata.

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