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Costa pessoalmente já escolheu operadora (e outras mudanças se avizinham)

(cv) Altice

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Inicialmente eram só rumores. E chegaram a ser desmentidos. No fim do mês passado, a trama adensou-se: a Altice confirmava que estava a negociar a aquisição da Media Capital, um dos maiores grupos de comunicação social a operar em Portugal.

Posto um ponto final às dúvidas, o gigante francês comprou mesmo a dona da TVI. O que vai mudar com a Altice na Media Capital?

Se a tradição ainda for o que era, para começar a Altice vai querer reduzir pessoal na operação da holding portuguesa. Está a ser assim na PT, onde a empresa anunciou intenções de despedir três mil pessoas numa próxima reestruturação, e também foi assim na francesa SFR, onde a redução deverá chegar aos cinco mil postos de trabalho.

Em 2012, quando entrou na Cabovisão, dispensou 100 dos 370 trabalhadores da empresa.

Em declarações que geraram polémica, o primeiro-ministro, António Costa, já veio manifestar apreensão quanto ao futuro dos trabalhadores na PT Portugal, e disse mesmo que “pessoalmente, enquanto consumidor de telecomunicações”, já tirou conclusões face ao panorama existente no mercado nacional.

“Por mim, já fiz a minha escolha da companhia que utilizo“, disse, numa alusão crítica à Altice, depois de ter apontado “falhas graves” a uma das operadoras no incêndio de Pedrógão Grande – comentário que a líder do CDS, Assunção Cristas, qualificou de “indigno de um primeiro-ministro”.

No entanto, a empresa não confirma para já qualquer decisão quanto aos recursos humanos da Media Capital. No comunicado que envia à Comissão de Mercado e Valores Mobiliários (CMVM), as principais mudanças enunciadas têm a ver com o desenvolvimento das várias áreas de negócio do grupo.

Numa conferência de imprensa dada esta sexta-feira, o CEO da Altice, Michel Combes, afirmou que “qualquer país estaria satisfeito com o investimento que estamos a fazer”, anunciando que esta aposta em Portugal é feita para “que o país esteja entre os melhores”.

De Bucelas… para o mundo

Uma das principais alterações no negócio da Media Capital é o objetivo traçado pela Altice de que a Plural sirva como “um núcleo de produção de conteúdos global. O grupo francês tem feito significativos avanços na produção de conteúdos internacionais, tendo mesmo lançado este ano a série internacional Riviera.

No documento enviado à CMVM é explicado que outra das metas passa pela exportação de conteúdo português para outros dos mercados em que a empresa opera, com especial foco nos Estados Unidos e na França.

“A maioria dos programas da Media Capital já são produzidos pela empresa com a sua própria produtora. Queremos também aplicar esse talento em produzir programas para os nossos outros canais”, avança Combes.

A Altice sublinha ainda que “quer fornecer mais conteúdos a todos os consumidores portugueses num mundo digital e, como tal, disponibilizar mais oferta centrada em formatos e produção locais”.

A expansão digital, que poderá passar pela fusão dos portais Sapo e IOL, agora pertencentes à mesma empresa, estará associada também ao desenvolvimento de novos canais, serviços e formatos televisivos nos compromissos assumidos pela Altice nesta aquisição.

É ainda realçada a importância de “melhorar o alcance dos canais fundamentais”, como o TVI24. O canal de informação da TVI continua a ser, apesar das melhorias recentes, menos visto que a concorrente SIC Notícias, sendo frequentemente ultrapassada também pela RTP3 e CMTV.

ZAP // Lusa / Espalha Factos

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