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BES e Montepio são únicos bancos com “apagão” fiscal em 3 anos

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Andre Kosters / Lusa

Fernando Rocha Andrade

Fernando Rocha Andrade, Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais.

Mais de metade das transferências para offshores envolvidas no “apagão” do fisco respeitam ao BES e ao Montepio, os únicos bancos que revelaram problemas em três anos distintos. Um dado que reforça as dúvidas em torno do caso.

O Jornal Económico apurou que os bancos Montepio Geral e Espírito Santo foram sinalizados pela Inspecção-Geral de Finanças como aqueles que estiveram envolvidos num “apagão” fiscal, durante mais de um ano, no âmbito das comunicações sobre transferências para paraísos fiscais.

De acordo com a publicação, “BES e Montepio representam 51%” das transferências afectadas pelo “apagão”, envolvendo “12 564 operações”.

Devido a este “erro de leitura” nas declarações dos dois bancos, “escaparam ao radar do fisco 8 055 milhões de euros”, frisando que BES e Montepio são as únicas entidades bancárias “com problemas em três anos”.

Este é mais um dado que vem reforçar as suspeitas em torno do “apagão” fiscal, alegadamente motivado por problemas informáticos ainda não esclarecidos.

Este processo implica 10 mil milhões de euros de transferências para offshores, verificadas entre 2011 e 2014, que não passaram pelo crivo do Fisco. Mais de metade desse valor terá saído do BES.

A Inspecção-Geral de Finanças anunciou, recentemente, ser “extremamente improvável” que o “apagão” tenha sido causado por mão humana deliberada.

Outro dado noticiado recentemente pelo jornal Público, e que reforça as suspeitas, aponta que o programa informático em causa só terá falhado no caso concreto das transferências para offshores, tendo funcionado adequadamente noutras operações, como nas retenções de taxas liberatórias.

ZAP //

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2 Comments

  1. Porque será? Três amigos comuns: Ricardo Salgado, Jose Guilherme e Tomás Correia. Um triangulo dourado. Já agora, ainda ninguém percebeu como subiram do nada as UP´s do Montepio há uns tempos? Imaginem que decidiam uma OPA ao preço inicial de venda, ou seja, com ganhos de mais de 100%, não diziam aos amigos? A Lei não permite, mas é pratica corrente em Portugal fazer-se isso, e quem ganha são sempre os mesmos que depois distribuem comissões por aqueles que decidem, não é Ricardo, não é Tomás? É, não é José Guilherme?! Ninguém vai preso, faz-se tudo, até roubar bancos!

  2. Ora aí está um sistema informático com grandes preferências!
    E o Zé povinho fica assim “plenamente” convencido que não houve qualquer dolo… Ficará?
    Foi só culpa do sistema informático! Alguém aqui duvida?
    O “Senhor Sistema Informático” tem o direito de tomar as suas decisões, sem depender dos dados que lá inserem. E não está sujeito a investigações nem a ser constituído arguido! Privilegia assim as contas da sua preferência, sem correr riscos! Disco rígido para recuperação de dados é coisa que não existe nestes casos!
    Com “sistemas informáticos” destes, o país que se cuide…

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