Os incêndios florestais consumiram até 15 de junho 15.184 hectares, uma área ardida quase 12 vezes superior ao mesmo período de 2016, revelou o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF).
O relatório provisório do ICNF, que não inclui os dados do incêndio que deflagrou no sábado em Pedrogão Grande, adianta que o ano de 2017 apresenta “o quarto valor mais elevado de área ardida” da última década, por comparação com o mesmo período.
O documento indica que este ano regista “o terceiro valor mais elevado em número de ocorrências” desde 2007.
Segundo o ICNF, entre 1 de janeiro e 15 de junho registaram-se 5.760 ocorrências de fogo (1.515 incêndios florestais e 4.245 fogachos), mais 4.525 do que em igual período de 2016, quando deflagraram 1.235.
Os 15.185 hectares de área ardida resultaram em 4.917 hectares em povoamentos e 10.267 hectares em matos, referem os dados, sublinhando que no mesmo período de 2016 os incêndios tinham consumido 1.336 hectares.
“Comparando os valores do ano de 2017 com o histórico dos últimos 10 anos destaca-se que se registaram mais 32% de ocorrências e mais 58% de área ardida relativamente à média verificada no decénio 2007-2016”, lê-se no primeiro relatório sobre incêndios florestais publicado este ano.
O ICNF justifica estes valores da área ardida com “as condições meteorológicas adversas” e “favoráveis à propagação de incêndios”, avançando que abril foi o mês com maior área ardida este ano (7.354 hectares) e com o maior número de fogos (2.309), seguido de março (4.358 hectares de área ardida e 1.125 de ocorrências)
A área ardida do mês de abril foi responsável por quase metade da área ardida registada até 15 de junho.
O mesmo documento indica igualmente que o maior número de fogos registou-se nos distritos do Porto (1.118), Braga (815) e Vila Real (672), embora estas ocorrências tenham sido maioritariamente fogachos, ou seja, de reduzida dimensão que não ultrapassam um hectare de área ardida.
O relatório do ICNF mostra ainda que se registaram, até 15 de junho, 19 “grandes incêndios”, cuja área total afetada foi igual ou superior a 100 hectares, e queimaram 3.602 hectares de espaços florestais, cerca de 24% do total da área ardida.
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