Sócrates recebido por protesto contra fundação na Universidade de Coimbra

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José Coelho / Lusa

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O antigo primeiro-ministro José Sócrates foi hoje recebido por cerca de 20 estudantes em protesto contra a passagem da Universidade de Coimbra a fundação, considerando o ex-governante responsável pelo regime fundacional.

Sócrates ladrão, não queremos a fundação“, gritaram os estudantes, enquanto José Sócrates entrava no auditório da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, onde discursa hoje à tarde no painel “Haverá uma política apartidária?”, no âmbito do primeiro Encontro Nacional de Estudantes de Sociologia.

Os responsáveis pelo protesto acusam o antigo primeiro-ministro de ser um dos responsáveis pela possibilidade de passagem ao regime fundacional nas universidades portuguesas, por ter sido no Governo de José Sócrates que, em 2007, foi introduzido o Regime Jurídico das Instituições de Ensino Superior (RJIES).

Os estudantes envergavam cartazes onde podia ler-se “Nem RJIES, nem fundação. Não esquecemos o que fizeram em 2007” ou “UC a fundação é mais um prego no caixão“.

Pedro Pinheiro, estudante de Filosofia presente na ação de protesto, sublinhou que foi o Governo de José Sócrates que abriu portas à passagem a fundação das universidades, o que a seu ver pode ser um passo à privatização das instituições do ensino superior.

“Põe em causa a universidade pública, democrática e inclusiva”, sublinhou.

A transformação ou não da instituição em fundação deverá ser discutida no Conselho Geral eleito recentemente, depois de o reitor ter proposto o início do debate da passagem ao regime fundacional em julho.

O ex-líder socialista já comentou o sucedido, que justificou com a atitude do Ministério Público no decorrer da Operação Marquês.

“O que o Ministério Público provoca é a ideia de que se pode fazer uma condenação sem julgamento. Isto é o que há de pior num estado democrático e conduz os estudantes a dizerem o que disseram”, atirou José Sócrates, garantindo, mais uma vez, que “todas as alegações [do Ministério Púbilico] são falsas e absurdas”.

“Estas tentativas de ir buscar outras pessoas que nada têm a ver comigo, e eu já expliquei mil vezes que nada têm a ver comigo, são absurdas. É um absurdo que queiram ligar a mim pessoas como Ricardo Salgado, Zeinal Bava e Henrique Granadeiro”, continuou.

José Sócrates considerou ainda que “pretender transportar para este universo o BES e a PT é um absurdo que só encontra uma justificação: querem lançar mais suspeitas com o único objetivo conseguir mais adiamentos”.

Nesta senda, o ex-primeiro-ministro frisou que “grande parte das motivações deste processo se encontram na política”.

“E se alguém pretende ter um debate sobre o meu governo eu estou em condições de o defender politicamente”, asseverou.

// Lusa

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2 Comments

  1. Deve pensar que manda nos estudantes , como fez com os trabalhadores da Universidade de Coimbra. Cortou-lhes todas as expectativas de progressão para, indirectamente, poder meter ao bolso aquilo de que os privou. Mas os estudantes não se deixam enganar, nem têm que o fazer. Nunca vi político de tão baixo nível!

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