Três presidiários fugiram do Estabelecimento Prisional de Caxias, em Oeiras, durante a madrugada deste domingo. A Direção Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP) disse que os três reclusos fugiram a partir da janela da cela, ocupada por quatro detidos.
Em comunicado, a DGRSP adianta que os evadidos são dois cidadãos chilenos, com 29 e 30 anos, e um português com 30 anos e que “todos se encontravam presos a aguardar julgamento por crimes de furto e roubo em processos criminais distintos”.
Uma fonte prisional havia dito antes à agência Lusa que os dois cidadãos chilenos respondiam no mesmo processo-crime.
A direção-geral “instaurou de imediato um processo de averiguações, a cargo do Serviço de Auditoria e Inspeção da Direção Geral”.
A fuga dos três detidos foi comunicada às diversas forças policiais – GNR, PSP e PJ – para a recaptura dos evadidos.
Segundo a página eletrónica da Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP), o estabelecimento prisional de Caxias, situado no concelho de Oeiras, é classificado como de segurança alta e está vocacionado essencialmente para reclusos preventivos.
É composto por duas zonas prisionais, Reduto Norte e Reduto Sul (RS), que funcionam em edifícios independentes, distando entre si cerca de 300 metros funcionando, na prática, como dois estabelecimentos prisionais.
Fuga de reclusos deve-se “à falta de guardas prisionais”
A Associação Sindical de Chefias do Corpo da Guarda Prisional considerou este domingo que a evasão de três reclusos do Estabelecimento Prisional (EP) de Caxias é fruto da “dramática falta de guardas prisionais”.
Para o presidente da associação, Mateus Dias, o que aconteceu esta madrugada no Estabelecimento Prisional de Caxias “é o reflexo das más condições em que se encontra o sistema prisional”, que, na sua opinião, “foi votado ao abandono pelo Estado”.
“Há uma situação dramática de falta de guardas prisionais. Pelas contas da associação faltam pelo menos mais 1.200 guardas nas cadeias portuguesas, um alerta que temos vindo a fazer há cerca de oito anos”, disse à agência Lusa.
A desativação de algumas torres de vigia em várias cadeias por falta de efetivos é um dos exemplos dado por Mateus Dias.
“Não é possível fazer rondas completas, nem ter todas as torres ativas se não houver meios humanos suficientes”, frisou o dirigente sindical, adiantando que no EP de Caxias há torres de vigia desativadas.
A fuga dos três reclusos também foi facilitada, segundo Mateus Dias, pelo facto de o EP de Caxias não ter condições adequadas para ser uma cadeia, situação já confirmada num estudo sobre o parque penitenciário português.
“O EP de Caxias já devia estar encerrado. É um forte militar adaptado sem condições estruturais para ser uma cadeia. Não tem condições de habitabilidade para os reclusos nem para os guardas”, alertou.
ZAP // Lusa