Os Governos português e grego garantiram esta quinta-feira que se mantém, sem impedimentos, o envio de refugiados para Portugal, tal como previsto, e que as ligações familiares dos membros da comunidade yazidi serão respeitadas durante a sua integração.
“Não há qualquer questão de impedir – quer da parte grega quer da parte portuguesa – qualquer pessoa já no processo de recolocação de chegar a Portugal”, lê-se num comunicado conjunto assinado esta quinta-feira em La Valetta, Malta, pela ministra da Administração Interna portuguesa, Constança Urbano de Sousa, e o ministro grego para as Migrações, Yannis Mouzalas.
A posição conjunta de Lisboa e Atenas surge um dia depois de a agência Associated Press ter noticiado que o ministro grego acusara Portugal de “discriminação com base racial” por se disponibilizar a acolher refugiados da minoria étnico-religiosa yazidi que se encontram na Grécia.
Na nota, os dois Governos garantem que o processo de recolocação de yazidis entre os serviços português e grego “estão a decorrer de forma normal”.
Os dois governantes participam hoje numa reunião de ministros da Administração Interna da União Europeia sobre o acolhimento de refugiados, em Malta, que assume este semestre a presidência rotativa da UE.
Ao Diário de Notícias, o gabinete do ministro adjunto Eduardo Cabrita confirmou que, até ao final de março, vão chegar ao nosso país 130 yazidis, 30 dos quais “nas próximas semanas”, que serão acolhidos em Guimarães.
Na altura, o ministro adjunto afirmou que a vinda deste grupo surge no âmbito do programa europeu de recolocação de refugiados decidido em 2015, e não por qualquer outro pedido específico, esperando que a notícia da AP fosse apenas um “mal entendido”.
Os yazidi são uma comunidade étnico-religiosa que tem sido alvo de perseguições e massacres por parte dos terroristas do Estado Islâmico, como parte de uma campanha para retirar do Iraque e da Síria todas as influências não muçulmanas.
ZAP // Lusa