Estátua de “escrava sexual” provoca conflito entre Japão e Coreia do Sul

7

YONHAP / EPA

A estátua em memória das escravas sexuais do exército nipónico

A estátua em memória das escravas sexuais do exército nipónico

O Japão anunciou, esta sexta-feira, a retirada temporária do seu embaixador na Coreia do Sul para protestar contra a instalação de uma estátua em memória das escravas sexuais do exército nipónico à frente do seu consulado em Busan.

“O governo japonês considera essa situação extremamente lamentável“, disse o porta-voz do governo, Yoshihide Suga, numa conferência de imprensa.

Também anunciou outras medidas, incluindo a suspensão das discussões económicas de alto nível.

“O governo japonês vai continuar a instar veementemente o governo da Coreia do Sul, assim como as autarquias envolvidas, a retirarem rapidamente a estátua da rapariga”, disse Suga.

A estátua foi inicialmente removida depois de ter sido colocada por ativistas sul-coreanos na cidade portuária de Busan.

Mas as autoridades locais mudaram de ideias e autorizaram-na depois de a ministra da Defesa japonesa, Tomomi Inada, ter na semana passada visitado o santuário Yasukuni, em Tóquio, que a China e a Coreia do Sul condenam por homenagear os mortos da II Guerra Mundial e outros conflitos bélicos.

A questão das “mulheres de conforto” dificultou, durante décadas, as relações do Japão com os países que colonizou ou invadiu.

Estima-se que até 200 mil mulheres tenham sido forçadas a prestar serviços sexuais a tropas nipónicas, a maioria delas na China e na península coreana, entre os anos 30 do século passado e o final da II Guerra Mundial, que terminou em 1945.

O santuário Yasukuni, de 145 anos, lembra os cerca de 2,5 milhões de cidadãos que morreram na II Guerra Mundial e noutros conflitos bélicos.

É controverso porque, entre os homenageados, figuram criminosos de guerra como o general Hideki Tojo, que autorizou o ataque contra Pearl Harbor.

// Lusa

Siga o ZAP no Whatsapp

7 Comments

    • È engraçado? Não, é trágico! O ataque a Pearl Harbour foi uma iniciativa audaz de ataque, sem prévia declaração de guerra. Os bombardeamentos nucleares (controversos) a Hiroshima e Nagasaki foram para evitar perdas de vidas humanas ainda maiores e abreviar o fim da guerra, devido à resistência encarniçada do exército japonês no período final. Também se pode dizer que foram consequências posteriores do ataque inicial dos japoneses. O exército japonês cometeu incontáveis infracções ao que está previsto nas 1ª e 2ª Convenção de Genebra, no que toca ao tratamento a prisioneiros.
      Vai estudar, “Relvas”!

  1. “É controverso porque, entre os homenageados, figuram criminosos de guerra como o general Hideki Tojo, que autorizou o ataque contra Pearl Harbor.”. Não sei se ele terá cometido algum crime de guerra, mas o ataque a Pearl Harbor pode ser muita coisa (ataque cobarde, uma delas) mas crime de guerra, nunca! Crimes de guerra são, por exemplo, a violação de 200 mil mulheres por tropas nipónicas. É controverso, é…
    puf: tens toda a razão. Quem perde a guerra é o malvado e quem ganha, o herói. E EM TODOS OS LADOS se cometeram atrocidades!

    • Só uma correcção, elas não foram violadas, foram “forçadas a prestar serviços sexuais”
      Nunca tinha ouvido essa… deve ter sido inventada por um violador

      • Sr. Jorge Mendes…
        Para quem hoje em dia não sabe o que é um dicionário, deixo aqui uma minúscula parte da definição de violação.
        “[…] 7. Forçar alguém a ter relações sexuais. = ESTUPRAR, VIOLENTAR”

  2. E com tantos maus exemplos de guerras quer de um lado quer de outro a humanidade parece não aprender a lição pois novos cenários de guerra e atrocidades estão constantemente a aparecer na lista e a alimentar tudo isto uma vasta máquina de fabrico de armamentos espalhada por vários países com ar tão sentimental como se de trigo ou de milho estivessem a produzir para combater a fome mundial.

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.