Um filme sobre a ascensão dos nacionalismos na Europa, com uma personagem inspirada na líder da extrema-direita francesa e que se estreia em França a dois meses das eleições, está a enfurecer os aliados de Marine Le Pen.
O filme “Chez nous” (“A Nossa Casa”), que chegará às salas de cinema francesas em fevereiro, antes da primeira volta das eleições presidenciais, marcada para abril, conta a história de uma enfermeira do norte de França que é abordada para ser candidata pelo partido “Bloco Patriótico”.
A imagem e a mensagem do grupo radical e a mulher loura que o dirige deixam poucas dúvidas de que o cineasta belga Lucas Belvaux os concebeu a partir da Frente Nacional (FN), que tem registado um aumento significativo das intenções de voto nas sondagens.
O amigo próximo de Le Pen e vice-presidente da FN Florian Philippot considerou “escandaloso” que um filme “claramente anti-Frente Nacional” vá ser lançado durante a campanha presidencial.
“Depois de ver o ‘trailer’, parece mesmo uma caricatura”, disse Philippot no domingo, numa entrevista à imprensa francesa.
Outros líderes da FN, incluindo Gilles Pennelle, da região ocidental da Bretanha, manifestaram-se contra o filme e o seu “desrespeito pelo povo francês e pela sua liberdade de expressão”.
Belvaux respondeu hoje às críticas, dizendo ter ficado surpreendido com a violência das reações ao filme em que a veterana atriz Catherine Jacob desempenha a personagem de Marine Le Pen.
“Philippot só viu o ‘trailer’, por isso, é uma polémica gratuita que evita o debate sobre a mensagem do filme”, disse o realizador ao canal televisivo BFMTV.
“Não se trata tanto de um filme anti-FN, mas mais de um filme sobre a mensagem populista e sobre como as pessoas se relacionam com a política. São os eleitores quem me interessa, não os partidos políticos”, acrescentou.
As sondagens mais recentes apresentam Le Pen a passar à segunda volta das presidenciais, em maio, onde enfrentará – e perderá para – o candidato do partido de direita Os Republicanos, François Fillon.
Poucos analistas aventam a hipótese de ela chegar ao poder, mas as suas hipóteses estão a ser levadas cada vez mais a sério, após 12 meses imprevisíveis na política.
Em junho, o referendo britânico ditou a saída do Reino Unido da União Europeia e, em novembro, a eleição do polémico multimilionário norte-americano Donald Trump como próximo Presidente dos Estados Unidos.
A anémica economia francesa e a imigração são questões fundamentais para os eleitores. A ferozmente nacionalista FN quer que a França saia do euro e da União Europeia e vê-se a si mesma como parte de uma revolta global contra a imigração, os partidos políticos instalados e a globalização.
// Lusa
Uma vez mais começa a reação contra um partido que apresenta alternativas a uma politica desastrosa de vários anos que entregou a França nas mãos do islamismo e de uma globalização de submissão, entretanto os franceses darão a resposta apesar de muitos outros que de franceses só têm os documentos o poderem fazer também.