O presidente do PSD afirmou este sábado em Sesimbra que o país está “sem rei nem roque” e reafirmou a ideia de que os novos administradores da Caixa Geral de Depósitos são obrigados aos deveres de transparência.
“Parece que anda tudo sem rei nem roque. Não há quem mande? Não há quem tenha coragem de dizer o que se deve fazer?”, questionou o líder do PSD, sublinhando que esta é a segunda vez que acontece uma situação do género com a Caixa Geral de Depósitos (CGD).
“A primeira vez demorou demasiado tempo a substituir a administração que estava e que não queria e não sabia se tinha (a administração) que queria para depois”, lembrou Passos Coelho, que considerou a atual situação “um filme de fraca qualidade”.
Para o líder do PSD, é importante clarificar se a atual administração pretende cumprir a lei, lembrando que se está a “tratar da principal instituição financeira do país” e que “toda a gente está obrigada, no Estado, ao dever de transparência“.
“Alguém aceitou aquele encargo, julgando que ia trabalhar para a [banca] privada”, acrescentou o dirigente social-democrata, que falava no encerramento da 6.ª Convenção Autárquica do PSD de Setúbal, em Sesimbra, distrito de Setúbal.
“Alguém pensou, no Governo, que podia isentar uma certa classe de gestores do escrutínio público e do dever de transparência, quanto aos seus rendimentos?”, questionou o ex-primeiro-ministro, lembrando o parecer do Presidente da República, que, segundo o líder do PSD, “recomenda ao Governo, ou ao parlamento, a resolução do problema”.
No discurso que proferiu no encerramento da Convenção Autárquica do PSD no distrito de Setúbal, Pedro Passos Coelho disse também que aguarda para saber se o Governo pretende avançar sozinho ou se está disponível para aceitar algumas ideias do PSD para alterar a Lei das Finanças Locais e as atribuições e competências dos municípios.
Pedro Passos Coelho também deixou claro que o objetivo do PSD para as próximas eleições autárquicas é “ter o maior número de mandatos”.
Na intervenção que fez em Sesimbra, Pedro Passos Coelho afirmou ainda que Portugal “está a pagar mais 350 milhões de euros em juros da dívida, do que deveria estar a pagar”, se tivesse um desempenho idêntico ao de há um ano atrás, que o colocava mais próximo de países como Espanha e outros países do euro.
“Não estamos só a pagar mais. Estamos a pagar mais do que seria necessário, quando olhamos para o comportamento de outros países que, como nós, dependem do Banco Central Europeu (BCE). Portugal é o país da zona euro que paga juros mais caros pela dívida emitida”, disse.
“350 milhões de euros é dinheiro. Dava para pagar mais divida e ficar menos juros de futuro, ou, em alternativa, para poder actualizar as pensões sem estar a criar novos impostos. Já não era mau”, disse o líder do PSD.
/Lusa