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Lusófona abre inquérito às mortes no Meco

Alvesgaspar / Wikimedia

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A Universidade Lusófona de Lisboa, na qual estudavam os seis universitários que morreram na praia do Meco, decidiu abrir um inquérito interno para “aclaração dos factos” e “lançar luz sobre a génese do acontecimento” que vitimou os estudantes.

Num despacho conjunto do reitor da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias (ULHT), Mário Moutinho, e do administrador Manuel Damásio, datado de hoje, a universidade determinou “abrir um inquérito para aclaração dos factos que tiveram lugar durante o fim-de-semana em que ocorreram as mortes dos estudantes“.

No despacho da Lusófona considera-se que, “decorrida esta etapa de gestão da dor que atingiu tão fortemente as famílias das vítimas”, e que teve também “acentuada intensidade no país”, este é o momento em que “se impõe lançar luz sobre a génese do acontecimento”, pelo que importa trabalhar no sentido do “cabal esclarecimento do que aconteceu naquela noite na praia do Meco”.

A universidade atribui competências ao seu gabinete jurídico para organizar o processo de inquérito que, com o despacho conjunto dos dois responsáveis da instituição, fica “investido em poderes bastantes para solicitar todos os documentos e informações que carecer para o desempenho destas funções” juntos dos serviços da universidade e da direcção da associação académica.

“Deverão os alunos, funcionários e docentes prestar a maior colaboração ao instrutor ora nomeado”, lê-se no despacho da ULHT, que determina ainda que o processo de inquérito “deverá estar concluído no prazo máximo de quarenta dias” e que as conclusões, “depois de apresentadas aos órgãos académicos, serão objecto de divulgação pública”.

O despacho refere ainda o acompanhamento que a ULHT tem feito do situação e o apoio prestado pela universidade às famílias, amigos e colegas de todos os sete estudantes envolvidos na “tragédia ocorrida em 15 de Dezembro, na praia do Meco”, que “causou a maior consternação entre a comunidade académica e em todo o país”, sublinhando a perda da vida de seis alunos e a “fase complexa” que o único sobrevivente atravessa actualmente.

Os familiares dos seis jovens que morreram na praia do Meco, em Sesimbra, em Dezembro do ano passado, apelaram este fim-de-semana para que o único sobrevivente esclarecesse as famílias das vítimas sobre as circunstâncias em que ocorreu a tragédia.

“Gostaríamos que houvesse uma comunicação da parte do sobrevivente, no sentido de sabermos exactamente o que se passou naquela noite porque, até agora, nós não sabemos de nada”, disse aos jornalistas Carla Rocheta, prima de Joana Barroso, de Santiago do Cacém, que integrava o grupo de jovens alunos da Universidade Lusófona que perderam a vida na praia do Meco.

Carla Rocheta, que falava aos jornalistas no final de uma homenagem aos seis jovens que morreram na praia do Meco, disse ainda que os familiares das vítimas vão constituir-se assistentes no processo de inquérito que está a correr no Ministério Público do Tribunal de Sesimbra.

Os seis jovens que morreram faziam parte de um grupo de sete estudantes universitários que tinham alugado uma casa na zona, para passar o fim de semana. Segundo as autoridades, uma onda arrastou-os na madrugada de 15 de Dezembro, mas um dos universitários conseguiu sobreviver.

Os corpos dos restantes foram encontrados nos dias que se seguiram.

Vítimas:
Tiago André Campos (21, Comunicação Aplicada)
Joana Barroso (22, Serviço Social)
Catarina Soares (22)
Carina Sanchez (23, Design de Comunicação)
Andreia Revéz (21, Engenharia)
Pedro Tito Negrão (24, Gestão)

Sobrevivente:
João Miguel Gouveia (23)

Segundo noticiava hoje o JN, depois da denúncia de um familiar das vítimas “confirmada por alunos da universidade”, pode ter havido outro sobrevivente da tragédia em Sesimbra que vitimou seis estudantes em dezembro. Além de João Gouveia, líder da praxe da Universidade Lusófona, um ex-Dux estaria também presente na praia do Moinho, no Meco, no momento do desaparecimento dos jovens.

/Lusa

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