Depois de descobrir a verdadeira proveniência de um quadro, a Neue Galerie New York devolveu-o aos seus herdeiros originais e readquiriu-o depois, pelo seu “justo valor de mercado”.
A Neue Galerie New York, museu para arte alemã e austríaca do início do século 20, devolveu e recomprou Nude, uma tela do pintor expressionista alemão Karl Schmidt-Rottluff (1884-1976), conta o jornal The New York Times.
A obra de arte estava no acervo do museu há anos, até ter sido revelado recentemente que a pintura tinha sido roubada aos seus verdadeiros donos pelos nazis.
O museu devolveu a pintura aos herdeiros dos proprietários originais, o colecionador de arte e fabricante de sapatos Alfred Hess e a esposa, Tekla.
A Neue Galerie readquiriu então legalmente a obra de arte, pelo seu “justo valor de mercado”, por valores não especificados.
Procedência
A pintura tinha desaparecido depois de Tekla ter fugido para o Reino Unido, em 1939, tendo ressurgido em 1994 num leilão em Berlim. Segundo o museu, não eram conhecidos problemas envolvendo a procedência da pintura quando a Neue Galerie a comprou pela primeira vez, em 1999.
Segundo a Neue Galerie, “novas informações que surgiram posteriormente” terão desvendado a proveniência da obra e a sua ligação aos proprietários originais, conta a Deutsche Welle.
De acordo com o New York Times, a família Hess entrou em contacto com o museu há pouco mais de um ano atrás, depois de anos de pesquisas em arquivos alemães que revelaram a amplitude da pilhagem nazi à colecção da família Hess.
A Neue Galerie, inaugurada na 5ª Avenida em 2001, é especializada em arte alemã e austríaca, e acolhe principalmente a colecção do seu fundador, o herdeiro da indústria de cosméticos Ronald Lauder.
O pintor Schmidt-Rottluff foi um membro fundador do Die Brücke, grupo de artistas expressionistas de vanguarda que se formou em Dresden em 1905.
ZAP / DW