As interrupções de gravidez por opção da mulher continuaram a diminuir em 2015, que registou o número mais baixo desde 2008, de acordo com dados oficiais da Direção-geral da Saúde (DGS).
O aborto por opção da mulher até às dez semanas representa a esmagadora maioria (96,5%) de todas as interrupções de gravidez feitas no ano passado.
O relatório com os registos de interrupção da gravidez está disponibilizado no site Saúde Sexual e Reprodutiva, da Direção-geral da Saúde, e os dados tinham sido avançados esta terça-feira pelo Jornal de Notícias.
O aborto por opção da mulher diminuiu 1,9% entre 2014 e 2015, tendo sido feitas 15.873 interrupções por decisão da grávida.
Trata-se do número mais baixo desde 2008, primeiro ano completo desde que entrou em vigor a lei que despenalizou o aborto até 10 semanas de gravidez por decisão própria, sem motivo clínico ou criminal.
Nos últimos oito anos, de acordo com os dados consultados pelo JN, as interrupções voluntárias de gravidez baixaram 10,2%. Em 2015, 15.873 grávidas abortaram por opção, menos 2.139 do que em 2008.
Entre 2008 e 2011 houve uma tendência de subida das interrupções, que começaram a descer a partir de 2012, com um decréscimo acentuado de 6,6% nesse ano. Também de 2013 para 2014 se verificou outra descida significativa, de 8,7%.
Em relação aos dados do ano passado, o relatório mostra que metade das mulheres que abortaram por opção referiram ter um ou dois filhos, sendo que 42,3% ainda não era mãe, dados semelhantes aos verificados em anos anteriores.
Quanto a interrupções de gravidez anteriores, 70% das mulheres que decidiram abortar em 2015 nunca tinha realizado qualquer outro aborto, 21% já tinham feito uma intervenção, quase 6% tinha feito duas e 2,5% já tinham realizado três ou mais.
O documento da DGS exibe ainda que mais de sete em cada 10 abortos foram feitos em unidades oficias do Serviço Nacional de Saúde, enquanto o sistema de saúde privado faz 29% das intervenções.
ZAP / Lusa