A pintora e artista norte-americana Betsy Davis padecia de uma tão rara quanto famosa doença neurológica degenerativa: esclerose lateral amiotrófica. Decidiu desistir da vida, já que não podia travar a doença, mas fê-lo de uma maneira especial: com os amigos à volta.
Houve mesmo uma festa, que durou dois dias. Betsy Davis, de 41 anos, convidou os amigos mais próximos para o evento, que tinha um final marcado: um cocktail de remédios.
A artista norte-americana tornou-se assim uma das primeiras pacientes a tomar uma dose letal assistida pelo Estado, através da nova lei do suicídio assistido por médicos, na Califórnia.
A festa tinha apenas uma regra: não se podia chorar.
“Vocês são todos muito corajosos por me ajudarem na minha jornada. Não há regras para a festa. Vistam o que quiserem, falem o que quiserem, dancem, cantem, rezem – só não chorem na minha frente. Ok, há uma regra”, escreveu Betsy no convite.
Mais de 30 pessoas compareceram à chamada. Tudo foi planeado ao pormenor e vivido de perto por Betsy, que até definiu a hora do adeus.
A Esclerose Lateral Amiotrófica, ou ALS, doença progressiva de que padece o famoso astrofísico Stephen Hawking, afecta o sistema nervoso central, provocando paralisia e atrofia muscular.
Impedida de cumprir as tarefas básicas do dia-a-dia, transformou a sua morte numa performance.
As montanhas do sul da Califórnia foram o palco escolhido. Os dias 23 e 24 de julho as datas marcadas. A música, a comida e os filmes que passaram na festa foram os preferidos de Betsy.
A artista ofereceu as suas roupas e outros adereços pelos amigos até que às 18h45 viu o último pôr do sol.
Depois recolheu-se ao quarto, tomou os medicamentos, ao lado dos médicos, da massagista e da sua irmã e morreu, quatro horas depois.
“O que Betsy fez permitiu-lhe ter a morte mais bonita que alguém pode desejar. Ao ter o controlo, ela transformou a sua partida numa obra de arte”, resumiu um dos amigos presentes na festa.
ZAP / Move
Caramba! E esta notícia só chegou um mês mais tarde…