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Guterres à frente na primeira votação para secretário-geral da ONU

European Parliament / Flickr

Ex-primeiro-ministro, ex-líder do PS, o Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados, António Guterres

Ex-primeiro-ministro, ex-líder do PS, o Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados, António Guterres

António Guterres ficou à frente, esta quinta-feira, numa primeira votação para eleger o próximo secretário-geral da Organização das Nações Unidas.

Fontes diplomáticas disseram à AFP que o ex-primeiro-ministro português ficou à frente numa primeira votação secreta ocorrida hoje entre os membros do Conselho de Segurança da ONU para eleger o próximo secretário-geral da organização.

Durante a votação, cada um dos 15 membros do conselho indicou se “encoraja”, “desencoraja” ou “não tem opinião” sobre os candidatos à sucessão de Ban Ki-moon, que termina o seu segundo mandato no final do ano, durante o outono.

António Guterres não teve nenhum voto contra a sua candidatura, recebendo 12 votos de encorajamento.

Atrás do português ficou o ex-Presidente esloveno Danilo Türk, que recebeu 11 votos de encorajamento, e dois de desencorajamento.

Este facto pode ser decisivo na eleição, uma vez que o novo secretário-geral precisa da aprovação de todos os cinco membros permanentes (Estados Unidos da América, Reino Unido, Rússia, França e China), que têm poder de veto.

Neste momento, existem 12 candidatos ao cargo, metade dos quais mulheres. Espera-se que alguns desistam devido ao resultado da votação.

Depois de Turk e Guterres, seguiu-se a ex-ministra dos Negócios Estrangeiros búlgara e diretora da UNESCO, Irina Bokova, com nove votos de encorajamento e quatro de desencorajamento.

Seguiu-se Vuk Jeremić, da Sérvia, e Helen Clark, antiga chefe do governo neozelandês e dirigente do Programa da ONU para o Desenvolvimento.

Os últimos lugares ficaram para o ministro dos Negócios Estrangeiros eslovaco Miroslav Lajčák, a ministra dos Negócios Estrangeiros da Argentina Susana Malcorra, a costa-riquenha e ex-chefe da ONU para o Clima Christiana Figueres, a moldava Natalia Gherman, e o jovem ex-primeiro-ministro de Montenegro Igor Lukšić. A croata Vesna Pusić ficou em último, com 11 votos negativos.

Uma nova votação deve acontecer nas próximas semanas, mas a data ainda não foi anunciada.

Processo mais aberto beneficia Guterres

“É um resultado extremamente positivo, dada a grande qualidade das outras candidaturas apresentadas. É um estímulo claríssimo para a candidatura do engenheiro Guterres e a confirmação de que é particularmente habilitado para o cargo de secretário-geral”, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros à Lusa.

Santos Silva acredita que o processo de escolha do secretário-geral, que tem acontecido de forma pública, com debates e entrevistas, beneficia o candidato português.

“Pela primeira vez na história da organização, este processo é aberto ao público e com grande visibilidade. Isso tem permitido ao engenheiro Guterres dar a conhecer-se e dar a conhecer a sua visão e as suas propostas para as Nações Unidas”, disse o ministro português.

Santos Silva diz que, no final da votação em Nova Iorque, “o presidente do Conselho de Segurança contactou o embaixador de Portugal junto das Nações Unidas e transmitiu os resultados” mas que, segundo as regras, estes têm de permanecer confidenciais.

“Aguardamos, com muita naturalidade, a continuação deste processo, respeitando inteiramente a sua natureza reservada”, disse.

António Guterres foi, durante 10 anos, Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados, cargo que assumiu depois de ter sido primeiro-ministro de Portugal entre 1995 e 2002.

No debate da semana passada, António Guterres defendeu que o próximo secretário-geral da ONU tem de ser “sólido”, um “símbolo de unidade” e que “precisa saber combater, e derrotar, o populismo político, o racismo e a xenofobia”.

ZAP / Lusa

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