São vários os temas em que os partidos portugueses discordam mas, relativamente à União Europeia, numa coisa estão juntos: para já, fazer um referendo semelhante ao do Reino Unido não deve ser uma possibilidade.
A notícia é do Diário de Notícias, que falou com representantes de todos os partidos em Portugal.
Do lado do PS, Jorge Lacão, vice-presidente da Assembleia da República, considera que o conceito do Brexit não deve ser exportado para outros países.
O deputado considera que “a questão do referendo não deve ser considerada como uma espécie de moda” mas salienta, porém, que o resultado britânico deve ser “um sério aviso às instituições europeias”.
Por isso, o socialista considera que os principais dirigentes não podem continuar a pautar-se “por lógicas meramente financistas e economicistas, em lugar de gerarem confiança real acrescida de proteção dos cidadãos europeus”.
Já o PSD tem a mesma opinião relativamente à possibilidade um referendo em Portugal. O vice-presidente da bancada, Miguel Morgado, sublinha que o partido vê a comunidade europeia como “um pilar fundamental na estabilidade do regime democrático, nas liberdades e no desenvolvimento social e económico”.
O ex-assessor de Passos Coelho afirma que colocar esse tipo de referendo na agenda “não serve os interesses nacionais” e recorda que, nas últimas eleições legislativas, os três partidos que defendiam a pertença de Portugal na UE “alcançaram 70% dos votos”.
Para o CDS, a realização de um referendo “é uma questão que não se coloca”. Quem o diz é o ex-ministro Luís Pedro Mota Soares, que lamenta a decisão dos britânicos.
“Uma UE sem o Reino Unido é uma UE diminuída no plano Atlântico, especialmente relevante para Portugal”.
Do lado dos partidos de esquerda, tanto BE como PCP são contra um referendo no presente momento mas lançam várias críticas às instituições europeias.
O bloquista José Manuel Pureza lembra que o seu partido chegou a colocar essa questão no passado mas que “agora não há nenhuma circunstância que sirva de suporte a essa iniciativa”.
O deputado considera que, no passado, quando Portugal decidiu entrar na UE, “devia ter havido uma legitimação democrática de todos os passos dados para a integração europeia”.
Em resposta ao DN, a direção do PCP diz, que “as decisões a adotar pelo povo português relativas à defesa dos interesses nacionais, da soberania e independência nacional, não obrigam necessariamente à realização de referendos”.
Para os comunistas, o que se impõe neste momento, é uma atitude firme e serena – que deveria ter expressão já no próximo Conselho Europeu”.
Partido Popular Monárquico exige referendo
“O PPM, após o Brexit, reitera a exigência de realização de um referendo em Portugal a respeito da integração europeia”, por considerar que o país “constitui uma exceção chocante no contexto de uma Europa em que quase todos os povos europeus já foram chamados a pronunciar-se sobre o processo de integração dos seus respetivos países”.
“O establishment português controlou e manietou todo o processo de integração do país na União Europeia, usurpando a soberania popular. A entrada na união monetária constituiu um erro de enormes proporções, assim como a paulatina destruição da nossa agricultura, pescas e indústria. O resultado de tudo isto é que Portugal é hoje um dos países com uma das maiores dívidas externas do mundo”, lamenta o partido presidido por Paulo Estêvão.
Num comunicado enviado à imprensa, o PPM informa que, ao votar contra a permanência na UE, “os ingleses revelaram, uma vez mais, que são um povo tremendamente obstinado. A resposta europeia prevê, como forma de enfrentar a saída britânica, o reforço da integração política dos restantes membros da União Europeia”.
ZAP / Lusa
Todo o assunto que seja pedir o acordo do eleitorado não serve aos partidos políticos pelo facto de eles saberem que só fazem porcaria e os concidadãos não gostam.
Em Portugal a opinião dos eleitores não conta. O eleitorado só serve neste país desgraçado para pagar não se sabe o quê mas que tem o nome de IMPOSTOS, TAXAS ou COIMAS.