Depois de dois dias de derradeiras negociações com líderes partidários, o rei Felipe VI de Espanha anunciou esta terça-feira que nenhum partido tem apoio suficiente para formar um governo em Espanha.
O fracasso da terceira e última tentativa de estabelecer uma coligação deixa o país ainda sem governo, mais de quatro meses depois das eleições de 20 de dezembro, que o PP do primeiro-ministro Mariano Rajoy venceu sem maioria absoluta.
O anúncio do rei Felipe VI dá início a um processo constitucional para dissolver o Parlamento e convocar novas eleições. A população espanhola deverá voltar às urnas no dia 26 de junho.
No entanto, a declaração oficial sobre a convocação terá lugar apenas no dia 3 de maio, revelou o porta-voz dos parlamentares, Patxi Lopez, citado pela DW.
A constatação da impossibilidade de formação de um governo acontece após mais de 18 semanas de impasse.
As eleições de dezembro apresentaram o resultado mais fragmentado da história moderna do país.
O PP – Partido Popular, no governo, obteve 123 dos 350 lugares do parlamento espanhol. O PSOE – Partido Socialista Operário Espanhol conseguiu 90, o partido de esquerda radical e anti-austeridade Podemos chegou aos 69, e o centrista Ciudadanos, a outros 40.
O único acordo obtido neste período, entre PSOE e Ciudadanos, foi insuficiente para romper o impasse e levou todos os partidos a se culparem mutuamente pelo fracasso.
As sondagens sobre uma nova votação, na qual os mesmos candidatos concorreriam, apontam para um resultado muito semelhante ao de dezembro – e para mais alguns meses de paralisia política em Espanha.
ZAP / DW