A carrinha onde viajavam os 12 portugueses que morreram esta sexta-feira, em França, era uma Mercedes Sprinter com capacidade para 6 pessoas.
“É definitivamente um veículo adaptado”, disse fonte da investigação, citada pelo Le Matin, acerca da carrinha envolvida num trágico acidente, no qual perderam a vida 12 portugueses.
“A carrinha era uma Mercedes Sprinter de matrícula portuguesa, onde viajavam as 12 vítimas mortais e o motorista, que sobreviveu, e tinha um reboque muito grande atrás, com vários metros de comprimento”, revelou esta sexta-feira o deputado social-democrata Carlos Gonçalves
“Além de vir com excesso de passageiros, há informação de que haveria uma segunda viatura, onde viajava o proprietário das duas, que terá seguido caminho para Portugal”, acrescentou o deputado, citado pelo JN.
O acidente, que vitimou os 12 portugueses com idades entre os 7 e 63 anos, ocorreu em Allier, na zona de Lyon, num choque entre o minibus onde seguiam e um camião.
Só o condutor, um português de 19 anos, sobreviveu ao acidente.
O jovem motorista, que não acusou a presença de álcool no sangue, foi levado para o Hospital de Moulins apenas com ferimentos no pulso, e em estado de choque.
No entanto, segundo avança a SIC, o condutor, identificado como Ricardo Pinheiro, vai continuar internado, e pode mesmo ser constituído arguido.
Em França, a lei não permite que alguém com menos de 21 anos conduza uma viatura de transporte de passageiros.
Falta ainda saber se a viatura se encontrava devidamente registada para esse fim ou se mais não era do que uma carrinha convertida ilegalmente.
Ainda não foram apuradas as causas do acidente, mas sabe-se que a carrinha onde seguiam os 12 portugueses se terá desviado para a faixa contrária, colidindo de frente com o camião.
A estrada RN79, em que aconteceu o acidente, faz parte da Route Centre-Europe Atlantique e atravessa a França de este a oeste, sendo conhecida como a “estrada da morte”.
Um vereador municipal, citado pela AFP, que diz mesmo que esta é a estrada mais mortífera de França.
Já são conhecidas identidades de algumas das vítimas
Uma equipa de psicólogos do Gabinete de apoio social da Câmara de Cinfães está a dar apoio aos familiares das vítimas, revelou o presidente da Câmara de Cinfães, Armando Mourisco.
“É de lamentar o sucedido, só podemos dar todo o apoio aos familiares das vítimas”, afirmou o autarca ao JN.
Aires Cardoso, de 39 anos, e a mulher Angelina Silva, de 28, estavam emigrados há vários anos na Suíça e regressavam à terra natal onde está a maioria da família com quem queriam passar a Páscoa.
Antes de partir para Portugal, Angelina Silva colocou uma fotografia com a filha no Facebook, mostrando a ansiedade de regressar a Portugal de férias.
O casal estava emigrado em Friburgo há 4 anos. O desemprego levou-os a emigrar.
Já tinham comprado casa em Espadanedo com o dinheiro que tinham amealhado na aventura emigratória”, explicou ao JN João Paulino, presidente de junta de Espadanedo.
O autarca em choro compulsivo, adiantou que a família em causa “é gente de bem que ajudava muito a freguesia, nomeadamente, nas festas populares” da localidade.
Um outro homem do concelho de Cinfães, de 34 anos, está entre as vítimas do acidente. Deixa mulher e um filho de três anos.
Além desta família, as vítimas mortais do acidente são de Viseu, Oliveira de Azeméis e Guarda.
Três das vítimas são do concelho de Sernancelhe, em Viseu, revelou o presidente da Câmara de Sernancelhe, Carlos Silva Santiago.
“Essas três vítimas estão confirmadas. É um casal e um cunhado. Esse cunhado era natural de Arnas, mas casou em Palhais, uma aldeia que fica perto, só que já pertence ao concelho de Trancoso”, adiantou o autarca.
“O José Manuel e a Amélia vinham cá amiúde, duas a três vezes por ano, até porque cá tinham casa. O João, que era irmão da Amélia, estava casado em Palhais, mas também cá costumava vir”, acrescentou.
ZAP / Bom Dia