Uma nova investigação sobre os métodos de treino e aprendizagem de crianças no Estado Islâmico revela que os extremistas terão até estudado a ideologia nazi para preparar a próxima geração de terroristas.
Investigadores do Quilliam, um grupo criado em Londres que analisa o extremismo, elaboraram um novo estudo sobre a forma como o Estado Islâmico treina e prepara crianças e jovens a tornarem-se novos membros do grupo, conta o The Guardian.
Denominado de “Crianças do Estado Islâmico”, este novo relatório, apoiado pelas Nações Unidas, mostra que estes menores estão a ser treinados para serem espiões, pregadores, soldados, carrascos e bombistas suicidas.
A ideia é que esta nova geração de terroristas salvaguarde o futuro da organização, tanto que muitos acreditam que, no futuro, estas crianças vão ser ainda mais perigosas e “puras” do que os extremistas atuais.
“A organização foca um grande número dos seus esforços em doutrinar estas crianças através de uma educação baseada no extremismo, tentando que se tornem futuros terroristas”, afirmam os autores do estudo.
“A atual geração de combatentes vê estas crianças como guerreiros que serão ainda mais fortes e mais letais do que eles mesmos, porque estes valores foram passados desde a nascença ou quando eram muito novos, ao contrário da maioria que tem sido convertida ao longo do tempo”, acrescentam.
A isto se deve as atividades violentas que acabam por se tornar a “escola” necessária para que estes jovens aprendam a ideologia do grupo, sendo normal que “testemunhem execuções públicas, vejam vídeos do EI e tenham armas para brincar”.
Os terroristas pretendem que a violência seja uma coisa banal para estas crianças, incentivando-as a segurar cabeças decapitadas e a jogar futebol com elas.
Os autores do estudo, que vai ser apresentado na próxima quarta-feira no Parlamento inglês, concluem ainda que o Daesh terá aparentemente estudado o regime nazi, servindo-se da Juventude Hitleriana como exemplo.
As Nações Unidas já terão até recebido informação, apesar de não ser confirmada, de que o grupo tem também o seu próprio movimento juvenil, chamado de “Fityan al-Islam” (Rapazes do Islão).
ZAP