A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, FAO, revelou esta quinta-feira que o Índice de Preço de Alimentos caiu em janeiro para o nível mais baixo dos últimos sete anos.
Segundo a organização, o resultado registado no mês passado atingiu 150,4 pontos – uma queda de 16% face ao mesmo período do ano passado, e o pior desempenho desde abril de 2009.
O índice acompanha os preços nos mercados internacionais de cinco grupos de commodities: grãos, óleos vegetais, derivados do leite, carne e açúcar.
Segundo a FAO, as condições da agricultura foram as principais causas da queda dos preços em todos os sectores, a que se junta a desaceleração económica global e a valorização do dólar.
Segundo a agência da ONU, o índice de preços do açúcar caiu 4,1% em comparação com dezembro, a primeira queda em quatro meses.
A quebra de preço do açúcar é essencialmente devida, diz a FAO, a uma melhoria das colheita no Brasil, o maior produtor e exportador mundial do produto.
No caso dos derivados de leite, a queda foi de 3%, e os preços dos grãos e dos óleos vegetais caíram 1,7%.
No sector das carnes, houve uma redução de preços de 1,1%.
As condições climáticas globais, fortemente influenciadas pelo pior El Niño jamais visto, estão a inspirar perspectivas opostas para 2016.
Devido a este fenómeno meteorológico, as colheitas “enfraqueceram severamente” na região sul da África – e em consequência, a colheita de trigo na África do Sul deverá sofrer um corte de 25%.
Apesar do El Niño, as condições de plantio apresentam-se favoráveis na Rússia e na União Europeia, mas deverá ocorrer um declínio nos Estados Unidos, na Ucrânia e na Índia.
ZAP / R-ONU