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961 ciberataques pró-russos a países ocidentais em apenas seis meses

Grande parte deve-se à ação de dois grupos — Killnet e o NoName057(16), que se identificam como pró-Rússia e pró-Kremlin. Análise é da empresa portuguesa de cibersegurança VisionWare.

Nos últimos meses, registou-se um aumento significativo de ciberataques pró-russos a instituições e empresas ocidentais.

Segundo uma análise da empresa portuguesa de cibersegurança VisionWare, o número de ataques aumentou bastante com o eclodir da guerra na Ucrânia e visou, em particular, os países que mais apoiam Kiev.

Os grupos responsáveis por esses ataques são o Killnet e o NoName057(16), que se identificam como pró-Rússia e pró-Kremlin.

Estes grupos têm como alvo os Estados-membros da União Europeia e da NATO, com a Polónia, República Checa e EUA a liderar a lista de países mais afetados, avança o Público. Os ataques são geralmente lançados em resposta a ações de apoio ocidental à Ucrânia e têm como principal objetivo causar danos reputacionais às instituições visadas.

Embora a estratégia destes grupos seja bem coordenada, não existem provas que liguem os hackers diretamente ao Estado russo. Os ataques são frequentemente realizados através de métodos como DDoS (sobrecarga dos servidores para tornar os sites inacessíveis) e defacing (alteração do conteúdo público dos sites). Em alguns casos, são roubadas informações sensíveis, como no caso do ataque ao site da NATO orquestrado pelo grupo Killnet.

O aumento destes ataques criou uma atmosfera de desconfiança entre o público. Mesmo que os ataques não afetem diretamente as operações internas das empresas ou instituições, o impacto reputacional é significativo. Além disso, a frequência destes ataques sugere um alto grau de atividade, com o grupo NoName a atacar, alegadamente, mais de dez instituições por dia.

Em Portugal, instituições como a Direção-Geral de Saúde (DGS) e a Faculdade de Farmácia de Lisboa já foram alvo do grupo Killnet, o que reforça a ideia de que mesmo os países que não estão diretamente envolvidos no conflito ucraniano não estão imunes a este tipo de ataques.

Os grupos de hackers pró-russos estão a tornar-se cada vez mais ativos e desestabilizadores, alavancados pelo conflito na Ucrânia. As implicações destes ataques afetam vários setores e criam um ambiente de insegurança. Embora a motivação primária seja política e ideológica, o impacto é global, tornando imperativo que as instituições fortaleçam as suas medidas de cibersegurança.

ZAP //

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