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Pelo menos 95 pessoas mortas durante massacre no centro do Mali

Um grupo de desconhecidos matou pelo menos 95 pessoas numa aldeia étnica Dogon na madrugada de domingo para segunda-feira, em mais um massacre para desestabilizar o centro de Mali, informou o governo.

Segundo noticiou a Time na segunda-feira, o ataque ainda não foi reivindicado, embora as tensões estejam altas desde que uma milícia étnica Dogon foi acusada de realizar um massacre numa aldeia étnica Peuhl, em março.

Youssouf Toloba, que lidera a milícia Dogon conhecida como Dan Na Ambassagou, negou que os seus combatentes tenham realizado o derramamento de sangue de março, que causou 157 mortos. Alguns líderes da Peuhl, no entanto, prometeram represálias.

Amadou Sangho, porta-voz do Ministério da Segurança Interna, indicou que outras 19 pessoas estavam desaparecidas depois que a aldeia Sobane foi atacada, por volta das 03:00 da manhã de segunda-feira. A mesma situa-se na comuna da Sangha – o coração da milícia Dogon.

De acordo com um comunicado do governo, os responsáveis por este último massacre últimos são suspeitos de terrorismo. Durante o ataque, casas foram queimadas e animais mortos, tendo sido implementados reforços de segurança para encontrar os criminosos.

A violência entre as comunidades tem aumentado constantemente no centro de Mali nos últimos anos, exacerbada pela presença de extremistas islâmicos.

Os Peuhl são acusados ​​de trabalhar ao lado de jihadistas do Estado Islâmico do Grande Saara para atacar as aldeias Dogon e impedir que os moradores cultivem as suas terras. Os Peuhl, por sua vez, alegaram que os Dogons estão a colaborar com o exército de Mali, embora não haja nenhum sinal conclusivo de apoio do Estado.

A Human Rights Watch declarou que a milícia Dan Na Ambassagou foi implicada em dezenas de ataques mortais no ano passado. O presidente do Mali prometeu eliminá-la.

Para o secretário-geral da ONU, António Guterres, o governo deve abordar o armamento de grupos étnicos e a proliferação de armas no centro de Mali ou “haverá um alto risco de nova escalada, que poderá levar à prática de atrocidades”. O último relatório sobre o país, divulgado no final de maio, mostrou que a agitação já desalojou cerca de 60 mil pessoas.

TP, ZAP //

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