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Há 80 milhões de anos, os tubarões caçavam dinossauros voadores

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Cientistas da Universidade do Sul da Califórnia, nos EUA, descobriram evidências de que os tubarões do período Cretáceo poderiam ter caçado grandes répteis voadores, como os pterossauros.

Esta conclusão foi feita após a análise de um objeto que tinha ficado preso nas vértebras do pescoço de um Pteranodonte – tratava-se de um dente de um grande tubarão Cretoxyrhina mantelli.

O fóssil foi escavado na região de Smoky Hill Chalk, no Kansas, na década de 60, mas não começou a ser estudado até recentemente. Os resultados do estudo foram publicados a 14 de dezembro na revista PeerJ.

O artigo explica que, embora anteriormente houvesse interações entre répteis voadores e certos peixes, incluindo tubarões, “até agora, as interações entre um Cretoxyrhina e um Pteranodonte não tinham sido descritas“.

Os cientistas indicaram que “não é possível concluir se a mordida reflete um comportamento predatório“. No entanto, um dos autores, Michael Habib, não descarta esta hipótese.

“Há tubarões hoje em dia que caçam aves marinhas? Sim, existem. Isso é algo único, ou os grandes tubarões estavam a caçar criaturas voadoras durante milhões de anos? A resposta é sim, fizeram isso”, indicou Habib. “Agora sabemos que os tubarões caçaram animais voadores durante 80 milhões de anos”, ressaltou.

Segundo Habib, é possível que o ataque tenha ocorrido num momento em que o pteranodonte — uma espécie que comia peixe — estava mais vulnerável, com as suas asas estendidas sobre a água, ocasião em que o tubarão teria de saltar na superfície do mar.

Os estudos de biomecânica em pteranodontes sugerem que as criaturas teriam sido capazes de descolar da água em cerca de um segundo e meio, o que é lento o suficiente para um tubarão atacar uma presa. “A morfologia do corpo e o tamanho e a forma destes tubarões devem ter permitido que fizessem isto”, disse.

O cientista concluiu que, apesar de “sabermos que os grandes tubarões comiam pterossauros”, agora podemos dizer que um grande predador poderia ter comido este pteranodonte quando entrou na água, “mas provavelmente nunca saberemos como exatamente”.

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