Em 2017 morreram 6,3 milhões de crianças e adolescentes em todo o mundo vítimas de violência, doenças ou acidentes. Este valor representa uma morte evitável de uma criança a cada 5 segundos.
Quando tiver acabado de ler esta notícia, terão morrido 18 crianças por uma causa que podia ter sido evitada.
Os dados, avançados pela agência ANSA, foram divulgados através de um relatório conjunto da Organização Mundial de Saúde (OMS), da UNIFEC, da divisão de população do Departamento de Assuntos Económicos e Sociais das Nações Unidas e do Banco Mundial publicado nesta terça-feira.
De acordo com o documento, e apesar dos avanços alcançados nos últimos 25 anos no combate contra a pobreza no mundo, o número de mortes de crianças é ainda inaceitável. Só em 2017, morreram 6,3 milhões de crianças, e nota o relatório, a maior parte das mortes poderia ter sido evitada.
“Estas mortes são reflexo do acesso limitado das crianças e das comunidades a atos médicos como vacinação e o tratamento de doenças infecciosas, à nutrição adequada, água limpa e ao saneamento”, analisam os autores do documento citados pelo jornal Público.
“Alcançar metas de sobrevivência infantil ambiciosas requer que haja acesso universal a cuidados efetivos, de alta qualidade e acessíveis para mulheres, crianças e adolescentes”.
Do número total de mortes, 5,4 milhões das vítimas eram crianças com menos de 5 anos. Apesar do número continuar alto, é muito inferior às 12,6 milhões que morreram em 1990.
“Sem uma intervenção urgente, 56 milhões de crianças morrerão até 2030. Fizemos enormes progressos para salvar crianças desde 1990, mas ainda há milhões que estão a morrer e devido ao local onde nasceram. Soluções médicas fáceis, água limpa, eletricidade e vacinas podem mudar a vida de muita gente”, alertou Laurence Chandy, responsável pelo levantamento dos dados.
Metade das mortes de 2017 foram registadas nos países da África Subsariana, como Níger, Burúndi, Chade, e República Centro-Africana – alguns dos países com os piores Índices de Desenvolvimento Humano do Mundo.
Já na Europa, por exemplo, morre uma criança a cada 185 com menos de 5 anos. Na África, a proporção dispara para 13 a cada 15.
O documento revelou ainda que um recém-nascido na África ou em outro qualquer país do sudeste Asiático tem nove vezes mais probabilidade de morrer no primeiro mês de vida comparativamente aos países ricos.
“Devemos priorizar o fornecimento de acesso universal a serviços de saúde de qualidade para todas as crianças, em particular logo após o nascimento e nos primeiros anos de vida, para que estas crianças tenham as melhores hipóteses de sobreviver e prosperar”, disse Nono Simelela, diretor geral da saúde da Família, da mulher e da criança da OMS.
Nos 120 segundos que demorou a chegar ao fim deste texto, morreram 18 crianças cujas mortes podiam ter sido evitadas.
ZAP // ANSA