5 coisas que os turistas não sabem antes de viajarem para os Himalaias

Os Himalaias são o sonho de muitos aventureiros. Os picos imponentes, as estradas sinuosas e a sensação avassaladora de grandeza… Mas a verdade é que é preciso muito mais do que “fazer a mochila”.

O planeamento das férias, muitas vezes esquecido na “loucura” que as envolvem, que vai para além das vistas pitorescas.

Na New Atlas, Utkarsh Sood, que dizer “crescido com os Himalaias praticamente no quintal”, revela 5 coisas que ninguém nos diz sobre viajar até ao “Teto do Mundo”.

O próprio autor teve de aprender sozinho algumas coisas da maneira mais difícil.

“Lembro-me da minha primeira viagem aos Himalaias. Era adolescente. De mochila às costas, máquina fotográfica na mão e a cabeça cheia de esperanças e sonhos de conquistar as montanhas… No terceiro dia, dei por mim no autocarro de regresso a casa. Estava doente, queimado pelo sol e derrotado“, conta.

Autorizações (e tantas)

Uma das primeiras dificuldades é a inesperada teia de autorizações necessárias para aceder a diferentes partes dos Himalaias.

Embora alguns locais estejam abertos a viajantes nacionais e internacionais e não necessitem de autorizações especiais, várias rotas emblemáticas requerem autorizações para o interior da linha (ILP) ou autorizações para áreas protegidas (PAP).

“Seria de esperar que eu já tivesse aprendido, mas até a mim ainda me apanham em falso”, alerta Sood. “Já queimei um dia inteiro a correr debaixo de uma chuva tórrida a tentar arranjar a papelada certa”, conta.

Não deixe que isto o impeça de visitar os sítios mais bonitos dos Himalaias. O processo de obtenção de licenças não é particularmente difícil, mas pode ser moroso, especialmente se não souber onde e como fazer o pedido.

Convém verificar sempre a existência de autorizações pelo menos uma semana antes da sua viagem. Algumas podem ser pedidas online, enquanto outras requerem uma visita aos escritórios locais.

Leve consigo várias fotocópias do seu BI e das autorizações – irá precisar delas em quase todos os postos de controlo militar”, aconselha o autor.

A realidade dos transportes públicos

Se está a imaginar uma viagem romântica de comboio através de passagens de montanha, a realidade poderá desiludi-lo.

Os transportes públicos nos Himalaias são irregulares e muitas vezes estão sobrelotados.

Os autocarros, os táxis partilhados e os jipes locais são os principais meios de transporte nas regiões de grande altitude. São baratos, mas lentos e sujeitos aos caprichos do clima da montanha. “Sem esquecer que são acidentados!”, alerta.

Uma viagem de 100 km pode demorar um dia inteiro nestas montanhas remotas, especialmente se se deparar com deslizamentos de terras ou bloqueios de estradas – que, a propósito, são mais comuns do que se pensa.

O terreno difícil e em constante alteração

Uma das dicas básicas é verificar o estado do tempo de antemão, mas essa não é a única condição ambiental que precisa de conhecer – o terreno dos Himalaias, em constante mudança, pode frustrar os melhores planos de um dia para o outro.

Estradas que estavam lá ontem podem desaparecer durante a noite devido a deslizamentos de terras, ou um riacho alimentado por glaciares pode inundar o seu caminho à tarde, quando o sol está no auge.

“Esta é uma paisagem viva que pode mudar com o tempo”, descreve Sood.

Depois, há a altitude. “Lembro de que estar a caminhar a pouco mais de 3000 metros de altitude em Chitkul, na Índia, uma bela aldeia com vista para os picos imponentes do Tibete. De repente, parecia que estava a respirar por uma palhinha“.

Não tinha apetite, tinha uma dor de cabeça forte e nenhuma motivação para continuar. A situação só piorava à medida que eu subia (…) Não estou a brincar – a altitude não nos dá qualquer hipótese”, relata.

Devido a estas imprevisibilidades climatéricas, convém reservar dias suficientes no itinerário para o caso de haver mau tempo ou bloqueios de estrada. É importante não tente percorrer demasiado num dia.

“Os Himalaias recompensam a paciência, não a velocidade”.

Cuidados com o mapeamento de rotas

Os GPSs são ótimos… até deixarem de o ser. Em muitas regiões dos Himalaias, o GPS pode ser extremamente impreciso. Pode mostrar uma estrada que não existe ou indicar-lhe caminhos que estão fechados durante metade do ano.

Pior ainda, pode ignorar fatores essenciais como as condições da estrada, as paragens para abastecimento de combustível ou o aumento da altitude.

Os habitantes locais continuam a ser o melhor GPS nestas regiões. Sabem que estradas estão fechadas, onde é provável que haja deslizamentos de terra e quanto tempo demora realmente um troço.

A recomendação é que se levem sempre mapas em papel.

Armadilhas para turistas

Percorrendo as vastas profundezas das redes sociais, é fácil assumir que as viagens aos Himalaias são demasiado acidentadas ou remotas para o comercialismo, mas as armadilhas para turistas têm surgido mesmo nos vales mais remotos.

Também há as burlas. “Não se surpreenda, por exemplo, se um taxista lhe pedir subitamente o dobro do que tinha combinado pagar no final da viagem”, refere Sood.

Apesar de ser “seguro dizer que a maioria dos habitantes locais é calorosa, acolhedora e honesta”, o autor refere que “um pouco de consciência e um ceticismo saudável ajudam muito a evitar desilusões”.

O melhor é mesmo fazer a pesquisa com antecedência. Procurar casas de família geridas pela comunidade, guias aprovados e lojas ou restaurantes recomendados localmente.

ZAP //

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