Ex-presidente do antigo BESA terá uma fortuna de 885 milhões de euros. 353 milhões terão saído do BES para contas ligadas ao banqueiro.
O ‘Investment Review Report’, um relatório de revisão de investimento, do Deutsche Bank no Reino Unido, revelou que Álvaro Sobrinho terá uma fortuna no valor de 885 milhões de euros.
De acordo com o Correio da Manhã, a riqueza do ex-presidente do antigo Banco Espírito Santo Angola (BESA) está repartida por dinheiro, depósitos bancários, imóveis e outros ativos dispersos por vários países.
Álvaro Sobrinho presidiu o BESA, entre 2007 e 2012. Nesse período, terão sido transferidos 353 milhões de euros do Banco para contas bancárias ligadas – direta ou indiretamente – ao banqueiro.
Segundo o CM, as transferências terão sido feitas para as contas de 26 sociedades. Destas, 16 eram offshores no Panamá, ilhas Virgens Britânicas e Seychelles.
“No período compreendido entre 2007 e o final de 2012, Álvaro Sobrinho decidiu, tirar proveito da posição executiva que mantinha no BESA e do empoderamento que a mesma lhe conferia perante acionistas, administradores, diretores e colaboradores do banco, de modo a obter para si e para a sua família direta benefícios patrimoniais com origem na liquidez que o BES disponibilizava ao BESA para a prossecução da atividade financeira da filial angolana”.
É o que refere o despacho de acusação do Ministério Público (MP), no inquérito n.º 244/11, no qual Sobrinho foi um dos ex-administradores do BESA acusados, no verão de 2021, por abuso de confiança agravado, branqueamento de capitais e burla qualificada.
A fortuna do ex-líder do BESA é referida numa resposta que o MP deu, em julho de 2016, a um acórdão do Tribunal da Relação de Lisboa relacionado com o banqueiro – onde Sobrinho terá indicado ter uma fortuna de 885 milhões de euros.
No entanto, segundo o Correio da Manhã, em nenhum dos documentos é indicada a repartição desse património por ativos.
De acordo com os autos do processo, o banqueiro terá transferido para a Suíça mais de 188 milhões de euros, geridos pela sociedade Akoya, gestora de fortunas que tem o empresário angolano como um dos principais beneficiários.
No ano passado, Álvaro Sobrinho foi acusado de desviar 15 milhões de euros para o Sporting.