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Álvaro Sobrinho terá fortuna de 188 milhões na Suíça. MP suspeita que foi desviada do BES

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António Cotrim / Lusa

O ex-presidente do BES Angola (BESA), Álvaro Sobrinho, terá transferido para a Suíça mais de 188 milhões de euros que estão a ser geridos pela sociedade Akoya, gestora de fortunas que tem o empresário angolano e Hélder Bataglia como principais beneficiários.

A informação é avançada pelo Correio da Manhã (CM) que nota que estes mais de 188 milhões de euros estarão depositados em 27 contas bancárias na Suíça desde Abril de 2012.

O dinheiro estará a ser gerido pela Akoya, uma gestora de fortunas que tem como principais accionistas o próprio Sobrinho e também Hélder Bataglia, ex-administrador do BESA, ainda de acordo com a mesma fonte.

Estes dados surgem num relatório do Fisco feito para o inquérito judicial do Monte Branco, onde Sobrinho também é citado e onde três gestores da Akoya são arguidos por suspeitas de branqueamento de capitais, como destaca o CM.

O jornal acrescenta que o relatório do Fisco aponta que Sobrinho teria o controlo de um grupo de 15 offshores que “terão recebido transferências suspeitas de verbas com origem no BESA”.

Em causa estão mais de 262,6 milhões de euros transferidos do BESA para contas dessas offshores na Suíça entre 2007 e 2012, conforme estará referido no inquérito judicial, segundo o CM.

Álvaro Sobrinho está a ser investigado num processo relacionado com o caso Grupo Espírito Santo (GES) por suspeitas de desvio de fundos do BESA, onde foi presidente entre 2001 e 2012.

O Ministério Público (MP) suspeita que Sobrinho desviou 615 milhões de dólares, quase 500 milhões de euros, do BESA. As autoridades estarão a investigar a transferência de verbas do BES para o BESA, bem como o seu posterior “descaminho com o pretexto da sua afectação a processos de concessão de crédito”, conforme cita o CM que teve acesso ao processo.

O jornal salienta que “suspeita-se que os fundos do BESA, com origem no BES, serviram propósitos criminosos de elementos da estrutura accionista do BESA e do BES, que por esta via lograram a transferência de avultadas verbas para contas e entidades sob o seu domínio pessoal”.

Esta investigação tem também como arguidos, além de Sobrinho, Ricardo Salgado, ex-presidente do BES, Amílcar Morais Pires, ex-administrador do BES, e Hélder Bataglia.

ZAP //

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