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33 dias depois, Senado vota fim do shutdown

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Stephen D. Melkisethian / Flickr

Edifício do Capitólio

Um mês depois, o Senado norte-americano vai finalmente discutir e votar duas propostas para reabrir agências e departamentos públicos e permitir que 800 mil funcionários voltem a receber os seus salários.

Esta quinta-feira, o Partido Republicano vai colocar em cima da mesa uma proposta que reflete as ideias apresentadas na semana passada pelo Presidente Donald Trump: aprovar um orçamento com 5,7 mil milhões de dólares para o início da construção de um muro na fronteira com o México em troca de três anos de proteção para um milhão de imigrantes.

Nesse milhão de imigrantes estão incluídos 700 mil que chegaram ao país quando eram crianças (conhecidos como dreamers) e 325 mil que têm uma proteção temporária especial, a maioria da América Latina.

No entanto, o Partido Democrata não aceita esta contrapartida de Trump, porque os dreamers estavam protegidos da deportação graças a uma diretiva aprovada por Barack Obama, que tinha de ser renovada de dois em dois anos. Em 2017, Trump pôs fim a essa diretiva e o caso seguiu para a Justiça – na quarta-feira, o Supremo Tribunal decidiu não se pronunciar, pelo que a proteção de Obama mantém-se em vigor até uma decisão final.

Do outro lado, o Partido Democrata coloca em cima da mesa a aprovação de um orçamento provisório, até 8 de fevereiro, para que as agências possam ser reabertas em troca de um compromisso de negociar uma solução mais duradoura nas próximas duas semanas. Esta proposta é muito semelhante ao que tem sido recusado por Donald Trump e pelo Partido Republicano desde que o shutdown começou.

A votação significa que ambas as partes deram um passo em frente, no entanto, não significa nada. Segundo o Público, para que uma das propostas seja aprovada, tem de receber os votos de uma maioria de 3/5, ou 60 senadores – numa altura em que o Partido Republicano tem 53 senadores e o Partido Democrata tem 47.

Para piorar as hipóteses de sucesso das propostas, nenhuma delas acabaria com o shutdown mesmo que fosse aprovada no Senado. Depois disso, seria preciso que a Câmara dos Representantes aprovasse uma proposta semelhante, e que o Presidente a promulgasse.

Na prática, o chumbo está garantido e isso significa que os trabalhadores norte-americanos afetados pelo shutdown vão ficar pela segunda vez sem o seu salário, que deveria ser pago esta sexta-feira.

Trump só fará discurso do estado da União quando shutdown acabar

Farei o discurso quando o shutdown terminar“, escreveu Donald Trump no Twitter, assegurando que não está à procura “de um local alternativo para discursar”.

A líder da Câmara de Representantes, Nancy Pelosi, no início do ano, enviou uma carta a Trump, aconselhando-o a desistir de fazer o tradicional discurso do estado da União no Congresso, marcado para a próxima terça-feira, invocando questões de segurança, pelo facto de a paralisação parcial estar a afetar o normal funcionamento dos serviços secretos.

Nancy Pelosi tinha sugerido que o Presidente fizesse o discurso a partir da sala oval da Casa Branca, ou que divulgasse o texto por escrito.

Contudo, no tweet agora divulgado o Presidente norte-americano assumiu mesmo que só discursará no Congresso pois “não há local que possa competir com a sua história, tradição e importância”.

A decisão de Donald Trump contrastam com as declarações de quarta-feira, durante o dia, da porta-voz da Casa Branca, Huckabee Sanders, que afirmou não haver há razões para desistências ou alterações naquele que é um importante momento anual de comunicação do Presidente com os norte-americanos, recordando que o departamento de Segurança Interna já afirmou que “os serviços secretos estão totalmente preparados”.

ZAP // Lusa

4 Comments

  1. Este gajo só está a conseguir reunir um ódio tão grande pela sua infame estupidez… Que para o ano leva uma corrida em osso nas eleições. Até o Borat lhe ganharia…

  2. O Partido democrata vai ficar reduzido a pó quando o Trump terminar o excelente trabalho que está a fazer de limpar o pântano e o deep state.

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