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28 milhões para gestores da banca. Prémios quase duplicaram

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A remuneração dos gestores da banca teve um aumento de 20%, em 2022. Os prémios atribuídos aos concelhos de administração dos bancos quase duplicaram.

Em 2022, as principais instituições financeiras em Portugal – Caixa Geral de Depósitos (CGD), BCP, Santander Totta, BPI e Novobanco – tiveram lucros de 2,5 mil milhões de euros, o que representa um aumento de 70% em relação ao ano anterior.

Os bons resultados refletiram-se nos salários, principalmente, dos gestores dos bancos. Somados foram 27,7 milhões de euros – quase mais 20% do que em 2021.

De acordo com dados do ECO, baseados nos relatórios e contas dos bancos, os administradores das cinco empresas receberam, só de salário fixo, 19,3 milhões de euros (uma subida de 1,7% em relação a 2021).

Como tal, os restantes 8,4 milhões de euros são relativos a prémios, que disparam 93%, quase o dobro. Os números facilmente compreensíveis, uma vez que, devido à pandemia de Covid-19, o Banco Central Europeu suspendeu a remuneração variável, durante quase dois anos.

Dos 27,7 milhões de euros pagos aos gestores, 4,18 milhões – 15% – foram para os diretores executivos dos bancos (CEOs) – um aumento de 20% em relação ao ano anterior.

Quem pagou mais?

Dos cinco bancos, o BCP foi o que registou mais encargos com os pagamentos ao conselho de administração: 7,5 milhões de euros, entre componente fixa e variável. É um dado que representa um aumento de 30%, em relação a 2021, bem longe dos 5,7% respeitantes à subida do salário médio anual dos trabalhadores do banco. O BCP foi o banco que mais bem pagou ao CEO. Miguel Maya recebeu 1,2 milhões de euros.

O Santander Totta pagou aos gestores 5,7 milhões (mais 10,2% do que em 2021), sendo que foram pagos 850 mil eurosapenas valor fixo, uma vez que o prémio atribuído em 2022 não foi discriminado – ao CEO, Pedro Castro e Almeida.

Pedro Oliveira e Costa, CEO do BPI, recebeu 965 mil euros, dos 5,6 milhões – número que representa um aumento de 22% – que o BPI pagou à administração em 2022.

No Novobanco, houve troca de administrador a meio daquele ano, pelo que as contas do salário do CEO, Mark Borke, – 495 mil euros – são relativas a sete meses enquanto administrador financeiro e apenas cinco enquanto CEO. Em 2022, o novo banco pagou 4,8 milhões (mais 1% do que no ano anterior) aos seus gestores.

Por fim, surge a Caixa Geral de Depósitos, com remunerações de 4,2 milhões de euros (subida de 36,8%) ao conselho administrativo. Mais um valor que se distancia da subida da remuneração média aos trabalhadores: 2,42% (2.501 euros). O CEO, Paulo Macedo, recebeu 666 mil euros.

Refere o ECO que os montantes atribuídos em forma de complemento de reforma e outras remunerações – como subsídio de expatriação, prémios de assinatura ou indemnizações – ficaram fora da análise.

ZAP //

3 Comments

  1. Já darem aumentos decentes aos empregados e cortarem nas comissões exorbitantes que cobram aos clientes é que não lhes apetece nada. Mas quando tiverem problemas vêm pedir ajuda ao Estado, i.e., a todos nós. Grandes gestores!

  2. A ser verdade é uma vergonha e um crime contra o cidadão. O povo paga com impostos a bancarrota nacional os bem aventurados esfolam desse povo o trabalho e suor para vida regalada. É para isto que se canta abril? A volta que se devia ter dado ficou por dar, o reino voltou ao mesmo. Com democracia ou sem ela o Zé contínua o escravo dos mesmos senhores.

  3. Paga Zé, que estes bem aventurados suam estopadas para governar a vida. São sobas do capitalismo que esmifram o pessoal trabalhador em proveito dos seus benefícios exagerados. A democracia não é mais que nova filosofia dos poderosos para sacar dos frágeis e desprotegidos os meios para viverem no paraíso terreal.

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