NASA, ESA, the Hubble Heritage Team (STScI/AURA), J. Blakeslee (NRC Herzberg Astrophysics Program, Dominion Astrophysical Observatory), and H. Ford (JHU)

Aglomerado de galáxias Abell 1689
Uma equipa de cientistas realizou experiências para criar condições que replicassem o gás quente em gigantescos aglomerados de galáxias.
Os investigadores usaram 196 lasers para replicar o calor extremo encontrado em aglomerados de galáxias localizadas no Espaço profundo. Segundo o Space, o objetivo é descobrir mais detalhes sobre as condições extremas no interior de grupos gigantes de galáxias.
O gás hidrogénio é extremamente quente, com temperaturas em torno dos 10 milhões de graus Celsius, quase a mesma temperatura do centro do Sol. A temperatura é tão alta que os átomos de hidrogénio não conseguem existir pelo que, nessas condições, o gás é um plasma.
Há, no seio da comunidade científica, um grande mistério a desvendar: não existe nenhuma explicação plausível para o facto de o gás hidrogénio continuar tão quente, até porque de acordo com as leis da Física a tendência seria de arrefecimento com a idade do Universo. Mas não aconteceu.
Para tentar encontrar uma resposta, a equipa investigou estas condições recorrendo à instalação laser mais energética do mundo: a National Ignition Facility no Lawrence Livermore National Laboratory, na Califórnia.
As condições são criadas num ambiente de dimensões reduzidas que dura apenas uma fração de segundo, mas são um bom começo para compreender mais sobre o ambiente do aglomerado de galáxias.
A experiência envolveu 196 lasers que apontaram para um único alvo, criando um plasma branco quente com campos magnéticos intensos que duraram apenas alguns nanossegundos.
Apesar do tempo limitado, os cientistas conseguiram determinar que a temperatura não é uniforme. Na verdade, existem pontos quentes e pontos frios no plasma.
A teoria sugere que o calor, em condições normais, seria distribuído com a colisão de eletrões. No entanto, dentro de uma área aquecida, o plasma tem campos magnéticos emaranhados que causam uma espiral de eletrões ao longo da direção dos campos magnéticos, em vez de dispersarem a sua energia.
Na experiência, os campos magnéticos suprimiram a condução de energia (e a dissipação) por um fator superior a 100.
O artigo científico foi publicado este mês na Science Advances.