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17% das raças de animais de pecuária estão em risco de extinção

Dirk Ingo Franke / Wikimedia

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A FAO, Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, divulgou esta quarta-feira um relatório sobre recursos genéticos animais. O documento revela que 1,458 espécies de animais de pecuária correm risco de extinção – 17% do total de espécies.

Segundo o documento da FAO, o status de 58% das raças é desconhecido, devido à falta de dados no tamanho e na estrutura de suas populações, e quase 100 espécies de pecuária foram extintas entre 2000 e 2014.

Segundo o estudo, o cruzamento de raças é a principal causa da extinção.

Outras ameaças à diversidade genética dos animais são a políticas fracas de regulação o sector da pecuária, declínio dos sistemas tradicionais de produção e negligência de espécies que não são consideradas competitivas.

A Europa e América do Norte são as duas regiões do mundo com as maiores proporções de espécies em risco. A FAO explica que em ambas as áreas, a indústria é altamente especializada, com a utilização de um pequeno número de raças para a produção.

O director-geral da agência da ONU, José Graziano da Silva, relembrou que “durante os últimos milhares de anos, os animais domesticados como ovelhas, galinhas e camelos, têm contribuído para o sustento e a segurança alimentar de milhões de pessoas”.

Desafios

Segundo Graziano da Silva, 70% dos pobres que vivem em áreas rurais dependem da pecuária.

Entre os desafios futuros estão as alterações climáticas, doenças, pressão sobre a terra e a água e mudanças na procura dos mercados.

A FAO calcula que 38 espécies e mais de 8,7 mil raças separadas de aves e mamíferos são utilizadas na agricultura e produção de alimentos.

O estudo contou com a participação de 129 países. Segundo a agência, cada vez mais os governos reconhecem a importância do uso sustentável de recursos genéticos na pecuária.

Segundo a FAO, os produtores de países em desenvolvimento estão a importar material genético como forma de melhorar a produtividade de suas criações – por exemplo, aumentando a produção de leite.

O sul da Ásia e a África, regiões onde se encontram muitos pecuaristas de pequeno porte, estão no centro do crescimento do consumo de leite e de carne.

Esta tendência é preocupante, porque aumentos similares de procura em outras regiões do mundo fizeram com que as produções dos pequenos pecuaristas dessem lugar à produção em larga escala, que utiliza um número mais limitado de raças.

O relatório da FAO realça ainda a necessidade de maior colaboração dos governos e autoridades internacionais em prol do futuro da biodiversidade da pecuária.

ZAP / R-ONU

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