Os portugueses estão entre os europeus que mais investem na dívida pública. Em 2016 e 2017, os portugueses investiram cerca de 13,3 mil milhões de euros.
No final de maio, cerca de 14% da dívida direta do Estado estava nas mãos das famílias portuguesas, segundo cálculos do Diário de Notícias baseados em dados da Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP). Há cinco anos, o cenário era menos assustador: as famílias detinham apenas 5% da dívida do Estado.
No entanto, o valor aplicado pelos particulares no financiamento do Estado mais que triplicou para 34,5 mil milhões de euros. Em maio de 2013, o mesmo valor aplicado era de pouco mais de 11 mil milhões de euros. Só em Malta é que os particulares têm mais peso no financiamento do Estado.
Em 2016 e 2017, os portugueses colocaram cerca de 13,3 mil milhões de euros em dívida pública, assegurando assim 25% das necessidade de financiamento do Estado desses dois anos, apoio esse que se revelou muito importante para Portugal conseguir fazer os reembolsos antecipados ao FMI.
Apesar de o ritmo de investimento ter abrandado, as famílias portugueses continuam a dar um apoio positivo ao financiamento da República. Segundo o Diário de Notícias, nos primeiros cinco meses do ano, foram investidos mil milhões de euros em instrumentos de poupança do Estado.
Uma das razões para este investimento é o facto de os Certificados do Tesouro terem taxas acima dos depósitos oferecidos pelos bancos. Já os Certificados de Aforro têm perdido investimento.
Outra das grandes armas do Estado português para captar a poupança das famílias foram as Obrigações do Tesouro de Rendimento Variável, uma importante fonte de financiamento que fez com que fossem arrecadados quase sete mil milhões de euros em 2016 e 2017