13 executivos russos morreram subitamente desde 2022. Nem todos caíram de janelas

Firdaus Omar / Flickr

Vladimir Putin, presidente da Rússia

A vida não está fácil na Rússia para os diretores de empresas do setor da energia e dos transportes. Desde que em 2022 Vladimir Putin ordenou a “operação especial na Ucrânia”,  mais de uma dezena de executivos de topo perderam subitamente a vida — alegadamente por suicídio.

A invasão em larga escala da Ucrânia tem sido um período invulgarmente perigoso para funcionários russos e executivos seniores responsáveis por empresas estatais e privadas de petróleo e gás.

Nestes pouco mais de três anos, a morte já ceifou 13 gestores de topo de empresas como a Gazprom, Lukoil e Transneft — em alguns casos, juntamente com a família mais próxima.

Recentemente, a 7 de julho, o Ministro dos Transportes Roman Starovoit terá alegadamente disparado contra si próprio no seu carro, horas depois de Vladimir Putin o ter demitido por decreto executivo.

Starovoit junta-se a uma longa lista de funcionários e executivos cujas mortes foram classificadas como suicídios pelas autoridades — e cujos relatórios o portal russo independente Meduza analisou recentemente.

Abaixo, a cronologia dos 13 alegados suicídios de executivos russo nos últimos anos — que nem sempre morreram em quedas de janelas ou envenenados, como parece ser tradição na Rússia.

Janeiro de 2022: Leonid Shulman, chefe do serviço de transportes da Gazprom Invest, foi encontrado morto na banheira da sua casa de campo num bairro abastado nos arredores de São Petersburgo.

Fevereiro de 2022: Alexander Tyulyakov, diretor adjunto do Centro de Liquidação Unificado para Segurança Corporativa da Gazprom, foi encontrado enforcado na garagem da sua casa numa aldeia de casas de campo nos arredores de São Petersburgo.

Abril de 2022: Vladislav Avaev, vice-presidente do Gazprombank, foi encontrado morto a tiro no seu apartamento em Moscovo. Os corpos da esposa e filha pequena foram descobertos nas proximidades.

Abril de 2022: Sergey Protosenya, antigo gestor de topo da Novatek, foi encontrado morto na sua villa em Espanha. A sua esposa e filha também foram encontradas assassinadas na casa.

Maio de 2022: Alexander Subbotin, antigo membro do conselho de administração da Lukoil, foi encontrado morto numa casa em Mytishchi, nos arredores de Moscovo. Relatórios preliminares atribuíram a morte a insuficiência cardíaca aguda.

Julho de 2022: Yuri Voronov, fundador da Astra-Shipping (subcontratada da Gazprom), foi encontrado morto numa piscina numa aldeia de casas de campo na região de Leninegrado com um ferimento de bala na cabeça.

Agosto de 2022: Ravil Maganov, presidente do conselho de administração da Lukoil, caiu de uma janela de um hospital em Moscovo onde estava a receber tratamento.

Dezembro de 2022: Oleg Zatsepin, diretor-geral da Kogalymneftegaz (subsidiária da Lukoil, foi encontrado morto no seu escritório.

Fevereiro de 2023: Vyacheslav Rovneyko, cofundador da Urals Energy, empresário petrolífero do final dos anos 1990 e antigo parceiro de negócios do genro de Boris Yeltsin, foi encontrado morto na sua casa na Rublyovka Highway, a área residencial mais exclusiva de Moscovo.

Outubro de 2023: Vladimir Nekrasov, presidente do conselho de administração da Lukoil, morreu de insuficiência cardíaca aguda.

Março de 2024: Vitaly Robertus, vice-presidente da Lukoil, foi também encontrado morto no seu escritório em Moscovo.

Julho de 2025: Andrey Badalov, vice-presidente da Transneft, caiu da janela do seu apartamento na Rublyovskoye Highway em Moscovo.

Julho de 2025: Roman Starovoit, demitido do seu cargo como ministro dos transportes da Rússia, tirou a própria vida num parque de estacionamento nos arredores de Moscovo.

Em 13 mortes, apenas duas ocorreram em quedas de janelas — que, juntamente com envenenamentos e quedas de aviões, são aparentemente das causas de morte mais frequentes em quem se opõe a Vladimir Putin.

ZAP //

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