100 novas contratações é a resposta do Governo à convocatória de greve no SEF

Tiago Petinga / Lusa

O sindicato aponta a falta de inspetores como causa para os atrasos e congestionamento dos serviços de controlo de passaportes nos aeroportos, em especial de Lisboa. Governo avança com contratações só para o ano.

O Sindicato da Carreira de Investigação e Fiscalização (SCIF) do SEF entregou nesta sexta-feira ao Ministério da Administração Interna um pré-aviso de greve para uma paralisação de dois dias, numa altura em que a falta de efetivos, com destaque para o aeroporto de Lisboa, tem provocado atrasos e congestionamento dos serviços.

Segundo o Público, o Ministério da Administração Interna fez saber que não comenta o anúncio do protesto. Mas avançou que vai contratar 100 inspetores por concurso externo no próximo ano. O SEF já tinha pedido à tutela o ingresso de 100 profissionais no ano passado e no início deste ano reivindicou 200.

A questão, para Acácio Pereira, presidente do SCIF, que na sexta-feira disse desconhecer a intenção governamental de contratar uma centena de profissionais, é se este concurso estará previsto no Orçamento de Estado do próximo ano ou terá que aguardar depois pelo “sim” das Finanças.

“Enquanto não houver um vínculo para nós vale zero”, afirma. “Só aceitamos factos, o resto são suposições.”

A principal reivindicação desta greve é a “abertura imediata” do concurso para admissão de 200 novos profissionais. O SEF está “sem pessoal para dar conta da crescente chegada de pessoas ao país”, sublinha Acácio Pereira.

Num momento que considera “crítico para a segurança do país e da Europa“, o dirigente sindical acredita que é necessário um reforço do número de inspectores “para garantir o mínimo de funcionalidade do serviço”. Um problema confirmado pela direcção do SEF.

Na semana passada, a diretora nacional Luísa Maia Gonçalves, considerou que era “imprescindível um reforço” de todas as carreiras deste serviço de segurança.

O recém-criado Sindicato dos Inspectores e Investigação do SEF desmarcou-se da posição de Acácio Pereira. Em comunicado, o seu presidente, Renato Mendonça, considera “extemporânea” uma greve marcada para “o momento em que se iniciaram as conversações com a tutela para a nova lei orgânica do SEF”.

Acrescenta que uma “greve agora pode servir outros interesses mas não serve os interesses dos trabalhadores nem dos cidadãos”.

A concretizarem-se os dois dias de greve, deverão ser decretados serviços mínimos, que estão a ser negociados entre o sindicato e a tutela.

ZAP //

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