O presidente de Serra Leoa, Ernest Bai Koroma, ampliou a quarentena no país para incluir mais 1 milhão de pessoas numa tentativa de conter a epidemia de ebola.
As entradas e saídas nos distritos de Port Loko e Bombali, no norte, e Moyamba, no sul, estão proibidas. O mesmo já havia sido aplicado a outros dois distritos no leste do país desde agosto.
Mais de um terço dos 6,1 milhões de habitantes de Serra Leoa estão agora impedidos de se movimentar pelo país livremente.
Quase 600 pessoas já morreram por causa do Ébola em Serra Leoa. Em África, o total de mortos chega a 2.917 , segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS).
Além de Serra Leoa, a Guiné e a Libéria estão entre os países mais afectados.
Urgência
O presidente americano, Barack Obama, afirmou esta semana, num encontro na ONU, que o mundo precisa de agir mais rapidamente contra este surto do vírus no leste do continente africano.
“Ainda há uma lacuna muito grande entre o ponto onde estamos e onde deveríamos estar”, disse Obama.
O Banco Mundial anunciou que vai doar mais 170 milhões de dólares para o combate ao Ébola. A instituição já tinha doado 230 milhões de dólares para esse efeito.
Segundo o presidente do banco, Jim Yong Kim, é necessária “uma reação sem paralelo para prevenir a destruição do continente”.
Em Serra Leoa, o governo já tinha ordenado que ninguém saísse de suas casas durante três dias, prazo que terminou no domingo passado.
Segundo a BBC, nesse período mais de 1 milhão de residências foram inspeccionadas e 130 novos casos de Ébola foram descobertos.
O presidente Koroma considerou a medida um sucesso, mas afirmou que ela expôs “áreas em que há grandes desafios”, motivo pelo qual outras áreas do país foram postas sob quarentena.
Apenas pessoas envolvidas em serviços essenciais podem entrar e circular nestes locais.
Prioridade
Num discurso na televisão, o presidente Koroma reconheceu que a quarebtena “coloca muitas dificuldades” às pessoas.
“Mas a vida de todos e a sobrevivência do país têm prioridade”, afirmou Koroma.
Segundo a OMS, a situação na Serra Leoa continua deteriorar-se, com um grande aumento do número de novos casos na capital, Freetown, e nos distritos vizinhos de Port Loko, Bombali e Moyamba, que agora estão sob quarentena.
A OMS alerta que, apesar do envio de mais profissionais de saúde e da abertura de novos centros de tratamento nos países mais afectados, ainda há uma carência de 2 mil camas para tratar pacientes em Serra Leoa e na Libéria.
A situação na Guiné parece ter-se estabilizado, mas, com a confirmação de cem novos casos por semana nas últimas cinco semanas, a situação ainda é muito preocupante.
ZAP / BBC
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